Oposição leva pizza para o depoimento de Graça Foster na CPI da Petrobras

BRASÍLIA – A oposição levou uma pizza ao depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster, que aconteceu ontem na CPI mista da Petrobras ironizando o excessivo número de perguntas do relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), que pertence a base governista.
Acusando o relator de blindar a presidente da Petrobras com "perguntas velhas", Fernando Francischini (SDD-PR), trouxe a pizza para sessão com os dizeres "CPMI – Pizza Sabor Petróleo" na embalagem.
Aos jornalistas, Francischini afirmou que era "em homenagem a base governista estar assando a pizza do petróleo". "[Marco] Maia é o pizzaiolo da corrupção", disse o deputado.
De acordo com Francischini, o verdadeiro sabor da pizza era mozarela. Segundo ele, outros parlamentares saborearam a pizza, como Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Domingos Dutra (SDD-MA).
Antes da Pizza, o presidente da CPI, Vital do Regô (PMDB-PB), havia distribuído barras de cereais aos parlamentares alegando que após quatro horas de perguntas era preciso alimenta-los. "Entre a barrinha do presidente e a pizza do Francischini, fiquei com a pizza. Não foi protesto, mas fome mesmo", disse o Lima.
Mais cedo Maia foi alvo de chacotas da oposição após as primeiras perguntas dirigidas à presidente da Petrobras. Ele perguntou se a companhia estava preparada para os desafios do setor nos próximos anos e a qual era a data de inauguração da última refinaria construída pela Petrobras.
Francischini chegou a afirmar que a CPI mista "estava passando vergonha no Brasil inteiro". O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, questionou se tratava de "prova do Enem".
O presidente da CPI mista, Vital do Rego (PMDB-PB), interrompeu os colegas para dizer que o relator tinha direito de fazer as perguntas e que seriam 139.
Maia defendeu-se das acusações afirmando que, como relator, tem que fazer o maior número de perguntas. "Na tentativa de aparecer na mídia tenta manchar um trabalho sério. Isso não é lugar para moleques e palhaços", afirmou.