Organizar o orçamento é fundamental para quem quer fugir das dívidas

Organizar as finanças logo no começo do ano não é tarefa das mais fáceis. São inúmeras contas para pagar, impostos, material escolar, viagens de férias, fatura do cartão de crédito. E, de repente, o orçamento familiar não é suficiente. Como resolver a situação?
A equipe de reportagem do Diário do Noroeste conversou com o presidente do Sindicato dos Contabilistas de Paranavaí e Região (Sincopar), Valdir Cipriano, para saber qual a melhor maneira de quitar os débitos e fugir do endividamento.
A primeira orientação é controlar os gastos durante todo o ano. Cipriano diz que elaborar uma planilha com as despesas básicas da família é fundamental: contas de água, luz e telefone, aluguel, alimentação e lazer, por exemplo.
Depois, é só comparar o valor dos gastos com a renda mensal. Sobrou? Aplique o dinheiro para que possa utilizá-lo no começo do ano seguinte. Faltou? É preciso reorganizar os hábitos familiares e economizar.
IPTU, IPVA, compras de final de ano, matrícula escolar… Com as contas em mãos, eleja prioridades. “O que não pode ser negociado, pague à vista. Caso contrário, se for necessário, faça o parcelamento. O importante é não extrapolar o orçamento mensal da família”, ensina Cipriano.
De acordo com o presidente do Sincopar, uma estratégia eficiente é quitar o IPTU à vista, aproveitando os descontos. No caso de Paranavaí, os descontos chegam a até 20%.
“Nenhuma aplicação tem essa rentabilidade”, comenta. No caso do IPVA, cujo desconto chega a 5%, o parcelamento pode ser a opção mais vantajosa. “O importante é avaliar se compensa mais fazer um empréstimo no banco para pagar à vista ou dividir o pagamento. Compare descontos e taxas”, sugere.
Na hora de fazer a compra do material escolar, procure os melhores preços, sem abrir mão da qualidade. Mas se o desconto para o pagamento não for dos mais atrativos, parcele o valor total. Mais uma vez, é fundamental que os gastos não sejam maiores do que a renda familiar. “Tendo o controle das despesas, fica fácil saber o que é possível gastar”, aponta Cipriano.
Fuja dos cartões de crédito. Quanto mais, maior o número de dívidas. “Eles são os maiores vilões da economia doméstica”, destaca o presidente do Sincopar. A dica é não se deixar levar pelas facilidades que possibilitam na hora da compra.
Mas para que todas essas orientações tenham resultados, é imprescindível que toda a família esteja envolvida no controle de gastos. “Precisa ser feito de comum acordo. As crianças também devem participar, para que desde cedo se acostumem a economizar”, enfatiza Cipriano.
Na dúvida, peça auxílio para um contador ou um economista de sua confiança. Procure fazer cursos de finanças pessoais, leia livros sobre o assunto, pesquise na internet. Segundo Cipriano, 8% da população de baixa renda – que forma a maior parte dos brasileiros – está endividada. “É um recorde. É preciso mudar esta realidade”, conclui.