Os 45 anos de carreira de Reinaldo Godinho
Com uma trajetória profissional iniciada há 45 anos, o cantor, compositor e poeta Reinaldo Godinho pode se orgulhar de ser um importante nome da música popular paranaense. De Siqueira de Campos, no Norte Pioneiro, o músico que adotou Curitiba como lar lançou “Velho Baltazar” em 1978, o primeiro disco da carreira, seguido por “Reinaldinho”, “Semente Bendita”, “Cantares, “Jogo de Cintura”, “Coisas do Paraná” e “Curitiba Sol”.
Ao longo dos anos, Godinho firmou parcerias com Dirceu Grasser, Paulo Hilário, Hilton Barcelos, Paulo Chaves, Marinho Galera, Paulo Vítola, Hardy Guedes, Rosy Greca, Beto Capeletto, Samjazz Quintet e Grupo Nymphas, artistas de renome no cenário musical paranaense. No mês passado, o músico foi um dos destaques do 2º Festival da Música Paranaense (Fepam), realizado no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa.
Em Paranavaí, a interpretação de “Casa de Madeira”, de autoria de Godinho e Odilon Reinhart, agradou muito ao público que se surpreendeu com o carisma do artista. Em entrevista à FC, Reinaldo fala sobre influência, carreira, identidade cultural, livros, CDs e previsão de lançamentos. Confira alguns trechos.
Quem surgiu primeiro, o Reinaldo Godinho cantor, instrumentista ou poeta?
O cantor. Cantava acompanhado ao violão de meu pai Benedito Godinho que tocava bombardino em uma banda. Ele me deu as primeiras lições de música e o impulso para me formar na universidade da vida.
Alguma fase o marcou em mais de 40 anos de carreira?
Tenho exatamente 45 anos de carteira da OMB [Ordem dos Músicos do Brasil] (nº 3360) – 28 de fevereiro de 1967. Foi muito importante a vivência no Rio de Janeiro de 1972 a 1975, onde toquei num cabaré no Largo da Carioca e trabalhei em teatro da Zona Sul com Domingos de Oliveira [conceituado ator, dramaturgo e cineasta carioca].
Como avalia a importância da literatura para um compositor musical?
O Compositor musical pode criar uma bela obra instrumental, mas se quiser cantar a melodia em palavras, a literatura é essencial.
Quando despertou o interesse por compor sobre Curitiba e a identidade cultural do Paraná?
Em 1998, num ônibus para Siqueira Campos [no Norte Pioneiro Paranaense], minha cidade natal, compus “Siqueira” para cantar no lançamento do meu livro de poemas “Espelho de Barro”. Em 2003, escrevi “Sou Paranaense” que tocou no rádio e chamou a atenção de Beto Capeletto compositor e idealista como eu. Fizemos o CD “Coisas do Paraná”, cantando cidades, e o DVD “Terra Vermelha”. Atualmente, tenho parceria com o poeta Odilon Reinhardt com quem produzi o CD “Curitiba Sol”.
Já aconteceu de se interessarem mais pela história e cultura paranaense após ouvirem suas músicas?
Certamente, já aconteceu e ainda acontece, tanto por parte de paranaenses genuínos quanto adotados.
O que dizer sobre o lúdico na música “Meu Neto Peter Pan”?
Na música “Meu neto Peter Pan”, que meu netinho Rian inspirou, brinquei com o ritmo na liberdade de fazer percussão com a boca, o peito, as mãos, o violão, dentro de minhas possibilidades.
Quais as principais diferenças entre os livros “Espelho de Barro”, de 1998, e “Um tempo para Si”, de 2010?
A única diferença são os títulos. O conteúdo é o mesmo: poesia do meu jeito.
O CD “Semente Bem Dita”, de 2000, conta com parcerias de longa data. É justo dizer que se trata de um disco com influências de várias épocas?
Realmente, é um disco com carga de influências da MPB e de anos de estrada.
Há previsão de algum lançamento literário ou musical?
Estou com um novo livro pronto, é o “Vamos Dançar?”. Agora a batalha é pra conseguir grana através de projeto pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba. Espero vencer em breve esta dificuldade. Também pretendo lançar o CD “Pé Vermeio Leite Quente” [título provisório].