Os (des) caminhos da inovação

Augusto Machado*

A inovação é um fator fundamental para o aumento da competitividade das micro e pequenas indústrias, mas os empresários responsáveis por empreendimentos desse porte ainda ficam receosos na hora de inovar. Isso porque existem alguns mitos no meio empresarial.
O primeiro mito identificado é que a inovação custa caro e não há retorno imediato para as empresas. Há, ainda, a falsa crença de que para inovar é necessário apenas introduzir um novo produto, algo inédito no mercado, ou apenas inserir uma tecnologia de última geração. No meio empresarial, há mais uma falsa lenda de que a inovação depende da constituição da ideia genial da alta cúpula da direção.
O compartilhamento sistematizado das informações entre áreas e colaboradores da empresa; o estímulo aos colaboradores para proposição de melhorias e recompensa a eles quando há retorno para o negócio; a comunicação direta e contínua com consumidores, fornecedores e universidades para que se entenda suas necessidades e que se conheçam as oportunidades de mercado; e o desenvolvimento de competências gerenciais são algumas práticas úteis, viáveis e acessíveis para a promoção da inovação.
Ao investir em inovação, as empresas de menor porte podem aumentar a sua eficiência de gestão, atrair e reter mais clientes, reduzir os custos de maneira que não cause impacto direto na qualidade dos produtos e serviços.
Ao investir em inovação a empresa de menor porte desenvolve também habilidades e atitudes que geram aumento na rentabilidade dos negócios. A partir das ações em investimentos de inovação, a empresa aperfeiçoa diariamente o seu sistema produtivo e obtém resultados diferenciados e significativamente visíveis.
As empresas que possuem a inovação em seu DNA mencionam que seu processo é um trabalho construído dia após dia. É uma constante que move a empresa no mercado e contribui para que a imagem seja consolidada por seus consumidores.
Um dos principais beneficiários da inovação é o consumidor final. Negócios inovadores geram produtos e serviços com maior qualidade e valor agregado, chegando ao consumidor de maneira mais assertivas por meio de melhores estratégias de marketing, posicionamento, design e políticas de preços.
Quando a indústria local / nacional se torna mais competitiva, o consumidor pode satisfazer suas necessidades acessando e se relacionando de maneira mais próxima e direta com a indústria.
A indústria do Paraná pode dar o primeiro passo para entender melhor seu status de inovação, além de ter acesso à dicas e sugestões de como melhorar seu negócio, ao explorar a ferramenta Bússola da Inovação, desenvolvida pelo Sistema FIEP. A iniciativa gratuita, online e com resultado imediato, está disponível em www.bussoladainovacao.org.br

*Augusto Machado é doutor em Administração e coordenador do projeto da Bússola de Inovação e da Bússola de Sustentabilidade, do Sistema Fiep