Os nossos ministérios

Ayrton Baptista*

Os ministros que ocupam funções no Governo representam os partidos em que se filiam, as regiões em que o País é dividido (não é Nordeste contra o Sul, isto não existe).
Pode-se achar várias maneiras para que um político, empresário ou técnico ocupe uma pasta ministerial. Menos como representante do Estado federativo. São, pois, no seu conjunto, ministros de todos os Estados, das regiões, dos partidos e blocos dê. Agora já se teme que os ministros Paulo Bernardo e Gilberto Carvalho não continuem em suas funções ou outras do Ministério do segundo período de Dilma Rousseff.
Gleisi Hoffmann já disse não querer ficar no executivo de Brasília. Ela tem mais quatro anos de Senado. Até pode ser, mas essa negativa mais parece uma prevenção diante de uma falta de convite. Política, minha gente, é isso. Portanto, salvo melhor juízo, não existe ministro do Paraná, nem de Estado nenhum.
O que não impede, claro, que haja estados beneficiados com a presença de um de seus filhos (a) em honrosa posição. E isto, então, vale para o Paraná.
A República já brindou o Paraná com ministérios e ministros poderosos. Em 1955, para o Rio foram Bento Munhoz da Roca Neto e Aramis Athaíde. Agricultura e Saúde, respectivamente. Munhoz, como chamava seu chefe do Cerimonial Adherbal G. Stresser, foi o mais brilhante que enviamos para a antiga capital da República, o Rio de Janeiro. Outros para lá ou já Brasília foram.
Destaque-se Ney Braga, que sabia fazer política mais que seu antigo cunhado Munhoz da Rocha. Aramis Athaíde, que foi com o Munhoz da Rocha, era o homem dos bastidores. Sabia muito bem das cozinhas políticas. E assim fomos nós dizendo presente nos diferentes governos. Alguns brilharam, foram aplaudidos e conquistaram a classe política e outros segmentos. E por certo, nenhum deixou de ajudar o Paraná. Nunca, porém foram ministros do Paraná.
E neste final de governo começo do outro, fala-se muito em Osmar Dias para o Ministério da Agricultura. Seria para ele e o Paraná sopa no mel. Não exageremos, mas poderá ser nomeado o homem certo para o lugar certo. Para aceitar o convite, vindo, é claro, Osmar não precisará do “pode” do irmão mais velho Alvaro Dias tem sido o mais importante senador no combate ao governo de Dilma.
Sua votação no Paraná alcançou o recorde com os 77%. Ele vai continuar sendo oposição. Mas seu irmão Osmar não precisa esperar que ele deixe de pegar no pé de Dilma, de Lula e de todo o PT. Osmar tem autonomia, Dilma sabe disso. Ou alguém por ela. E nomear o irmão de seu principal adversário no Senado, poderá dar-lhe um prazer imenso.
Se o Paraná terá Osmar, se um dos resistentes que ainda estão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, continuarem, ótimo. Poderão eles se ajudarem, sejam quantos forem e quais forem também poderão ajudar o Estado. Mas se fizerem cada um a sua parte brasileira, indiretamente estarão e muito ajudando o Paraná. Com todas as honras e tapetes estendidos.