Ossada pode ser de jovem desaparecido há quase um ano

A ossada humana encontrada domingo em canavial na Estrada do Quatorze, em Guairaçá, perto da via de acesso a Planaltina do Paraná, pode ser de um paranavaiense do Jardim Morumbi, desaparecido desde 27 de novembro de 2016. Os restos mortais estão no Instituto Médico Legal (IML) de Paranavaí, devendo ser submetido a exame de DNA.
Até a tarde de ontem nenhum familiar havia procurado o IML. A orientação da polícia é que familiares busquem informações, visando eliminar eventuais dúvidas.
Na época do desaparecimento do jovem, uma testemunha relatou que ele tinha sido assassinado com um tiro, sofrido quando ainda estava no Jardim Oásis, dentro de uma picape.
Na ossada recolhida neste final de semana, havia perfuração no crânio, o que reforça a versão de ser do jovem desaparecido. Um relógio recolhido pela Polícia, próximo ao local, também é indício importante, já que seria do desaparecido. O relógio é muito semelhante a um que aparece em fotografia do jovem, foto que é distribuída por redes sociais.
Como atesta um profissional de IML, o relógio é um indício para identificação, mas só o exame de DNA será suficiente para a conclusão, sem margem de erros.
Quando do desaparecimento, a testemunha afirmou que estava junto com a vítima. Nesta versão, a vítima tinha combinado a venda de uma picape Mitsubishi Triton por R$ 85 mil.

Os matadores teriam usado a ideia da compra para assassinar (latrocínio ou vingança).
O proprietário teria ido entregar a picape para os dois matadores, pensando tratar-se de compradores. Então, os quatro embarcaram na picape. A vítima, no banco do passageiro da frente, foi atingida com um tiro na nuca. Se o objetivo foi roubar, deu errado, isso porque a camioneta acabou abandonada próximo ao local onde agora foi encontrada a ossada humana.
A própria testemunha diz que não morreu porque a arma do matador falhou quando estava apontada em sua direção no banco traseiro. Ao mesmo tempo, teria reagido, rolando com um dos matadores para fora do veículo. Antes da fuga, ainda teria sido alvo de dois disparos, que não o acertaram.
TRÂMITE – O caso do achado de cadáver foi encaminhado inicialmente para a Delegacia de Polícia de Guairaçá, mas acabou enviado para Paranavaí ontem à tarde, cidade onde aconteceu o desaparecimento do jovem e cujos indícios apontam para o desfecho.
Um funcionário da equipe de segurança de uma usina foi quem informou que a ossada havia sido encontrada. Os funcionários colocaram fogo no canavial, deixando os restos mortais visíveis.
INVESTIGAÇÃO – O delegado da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Vagner Malaquias, confirma a importância dos indícios materiais, dentre eles, o relógio. Ainda assim, prefere a cautela.
Sobre o caso do desaparecido, lembra que o inquérito está concluído e duas pessoas foram denunciadas por homicídio, embora sem a localização do corpo até então.
A testemunha identificada e que relatou o que tinha havido, está presa na Cadeia Pública de Paranavaí. Trata-se de um rapaz também do Jardim Morumbi, envolvido no latrocínio (roubo com resultado de morte) do arquiteto paranavaiense Fábio Tranin, 53 anos, ocorrido em 29 de agosto último.
No caso do desaparecimento do Jardim Morumbi, ele é testemunha apenas. No entanto, um dos suspeitos de matar o desaparecido está preso, envolvido em outro crime. O segundo suspeito continua foragido, mas já foi identificado.
O desaparecido já foi preso por tentativa de homicídio. Em 2012 ele fez dois disparos de revólver contra um rapaz. Permaneceu detido por quase um ano.