Paciente vive com HIV desde 1988
Heterossexual, 51 anos. Esse é perfil do nosso entrevistado. Portador de HIV desde 1988, o homem que vamos chamar de “R”, se dispôs a dar entrevista como forma de contribuir para a prevenção e dar apoio aos demais pacientes. Paranavaiense, impôs a condição de manter a identidade em sigilo. Não por problemas de enfrentamento, mas por se encontrar “numa fase mais reservada”.
Nono paciente na lista de casos em Paranavaí e o mais antigo portador vivo detectado, “R” diz ter contraído HIV da esposa, falecida há cerca de dez anos. Ao receber o diagnóstico, o homem afirma “ter perdido o chão”. A doença era mais agressiva, tanto quanto o preconceito, recorda. Mas, complementa que hoje está em paz e fazendo o seu tratamento regular.
Nem sempre foi assim. O paciente teve uma depressão muito forte quando da morte do pai. Ele só ficou sabendo do falecimento cerca de dez dias depois. A sua reação foi radical e “R” tentou o suicídio. Cortou os pulsos e o pescoço com uma faca. Acabou internado num hospital psiquiátrico, onde permaneceu por 25 dias.
Saindo do hospital, teve forças para dar a volta por cima. Buscou nos livros a esperança de dias melhores e encontrou a paz em muitas leituras. Ajudou outros pacientes e foi voluntário em algumas ações para portadores de HIV.
MOMENTO – Passados os dias mais turbulentos, “R” tem consciência da sua sorologia e toma os remédios regularmente. Hoje são cerca de dez comprimidos, nada comparado aos 50 comprimidos que tomava no início do tratamento. Ele também critica a pretensão de traduzir a situação em palavras. “No papel fala-se muito. Estar em contato com a doença é outra coisa”. Descarta o medo da morte, mas pretende adiá-la.
“R” não faz “propaganda” da doença, mas responde sem problemas quando é questionado. Ele se cuida e afirma ter igual preocupação com o próximo. Quando tem um corte, por exemplo, evita contato físico com as pessoas para não infectá-las. “Não quero ser multiplicador de vírus”, resume.
Para a juventude, o homem tem uma mensagem direta: “Sua vida não vale nada?” AIDS tem toda uma consequência, já que se trata de uma epidemia. Ele lembra o preconceito e outros desafios que o portador do vírus tem que superar. Daí, a sua dica para que todos reflitam. “Quem vê cara, não vê AIDS”. Prevenção continua sendo o melhor remédio.
Nono paciente na lista de casos em Paranavaí e o mais antigo portador vivo detectado, “R” diz ter contraído HIV da esposa, falecida há cerca de dez anos. Ao receber o diagnóstico, o homem afirma “ter perdido o chão”. A doença era mais agressiva, tanto quanto o preconceito, recorda. Mas, complementa que hoje está em paz e fazendo o seu tratamento regular.
Nem sempre foi assim. O paciente teve uma depressão muito forte quando da morte do pai. Ele só ficou sabendo do falecimento cerca de dez dias depois. A sua reação foi radical e “R” tentou o suicídio. Cortou os pulsos e o pescoço com uma faca. Acabou internado num hospital psiquiátrico, onde permaneceu por 25 dias.
Saindo do hospital, teve forças para dar a volta por cima. Buscou nos livros a esperança de dias melhores e encontrou a paz em muitas leituras. Ajudou outros pacientes e foi voluntário em algumas ações para portadores de HIV.
MOMENTO – Passados os dias mais turbulentos, “R” tem consciência da sua sorologia e toma os remédios regularmente. Hoje são cerca de dez comprimidos, nada comparado aos 50 comprimidos que tomava no início do tratamento. Ele também critica a pretensão de traduzir a situação em palavras. “No papel fala-se muito. Estar em contato com a doença é outra coisa”. Descarta o medo da morte, mas pretende adiá-la.
“R” não faz “propaganda” da doença, mas responde sem problemas quando é questionado. Ele se cuida e afirma ter igual preocupação com o próximo. Quando tem um corte, por exemplo, evita contato físico com as pessoas para não infectá-las. “Não quero ser multiplicador de vírus”, resume.
Para a juventude, o homem tem uma mensagem direta: “Sua vida não vale nada?” AIDS tem toda uma consequência, já que se trata de uma epidemia. Ele lembra o preconceito e outros desafios que o portador do vírus tem que superar. Daí, a sua dica para que todos reflitam. “Quem vê cara, não vê AIDS”. Prevenção continua sendo o melhor remédio.