Palestrantes incentivam produtores a buscarem novas tecnologias

Quanto maior for o interesse dos produtores em aplicar novas tecnologias, mais resultados positivos serão percebidos nas lavouras de mandioca. A afirmação foi feita por palestrantes durante seminário realizado ontem em Paranavaí. O evento teve como público-alvo agricultores e profissionais técnicos.
Um dos assuntos abordados ao longo do dia foi o manejo integrado de pragas. Pesquisador de entomologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Rudiney Ringenberg explicou a importância do monitoramento semanal das plantações, no sentido de identificar fatores prejudiciais o mais rapidamente possível.
No caso dos mandarovás, o acompanhamento constante permite tomar as medidas de combate antes que a lavoura seja comprometida. Nesse ponto, o agricultor precisa aplicar inseticidas que combatem diferentes espécies, eliminando outras pragas que possam interferir na produtividade.
A preferência, disse Ringenberg, deve ser pelo controle biológico, em vez dos agroquímicos. Outra orientação é que ao utilizar inseticidas, o agricultor faça alternância de defensivos, garantindo, assim, que os insetos não criem resistência contra determinado produto.
MECANIZAÇÃO – Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Emerson Fey também conversou com produtores e técnicos. Durante a palestra, falou sobre mecanização agrícola e as boas práticas para o cultivo de mandioca.
De acordo com ele, diversos produtores estão em fase inicial do plantio direto. A prática tem garantido bons resultados na lavoura, com a redução de custos, a conservação do solo e a diminuição dos riscos de erosão. Tudo isso sem interferência na produtividade.
A dificuldade a ser batida pelos pesquisadores está no plantio direto na pastagem. Ainda em fase de estudos, a técnica requer aperfeiçoamento, por não proporcionar os resultados que outras formas de cultivo garantem.
Nesse cenário de novas práticas, o uso de máquinas eficientes é essencial. A avaliação de Fey é que grande parte dos agricultores não têm implementos bem desenvolvidos para o plantio direto. A lavoura se desenvolve com falha, o que prejudica a produtividade.
SEMINÁRIO – Engenheiro agrônomo e produtor de mandioca, Cleto Lanziani Janeiro ressaltou a importância de seminários como o realizado ontem em Paranavaí. “Alcançamos conhecimento e aprendemos novas práticas de cultivo e do uso do solo”, exemplificou.
Na opinião dele, o evento de ontem foi oportunidade para a troca de experiências e intercâmbio de agricultores que atuam em diferentes regiões. Além disso, estimula a participação em pesquisas e a incorporação de tecnologias que aumentam a produtividade.
Para o assessor técnico do Sindicato Rural de Paranavaí Claudemir Grolli, diretor técnico do Centro Tecnológico da Mandioca, o resultado do evento foi altamente positivo. Superou expectativas de público – foram mais de 80 participantes – e apresentou temáticas importantes para os produtores.
A avaliação de Grolli é que os agricultores precisam buscar cada vez mais a profissionalização, adotando práticas mais eficientes de cultivo. Assim, disse, será possível estabilizar o mercado da mandioca, acabando com as oscilações de produtividade e preço.
PALESTRAS – Com o tema “Tecnologias para a produção de mandioca baseadas em boas práticas”, o seminário teve palestras sobre manejo integrado de insetos, pragas e plantas daninhas, características do solo e plantio direto.
Na ocasião, Marco Antonio Rangel, pesquisador da Embrapa e um dos organizadores do evento, explicou que a expressão boas práticas refere-se aos cuidados com o meio ambiente. Ele enfatizou que é preciso promover “uma agricultura integrada que otimiza recursos naturais para melhorar a produtividade”.