Para 65% dos brasileiros, mulher que mostra o corpo merece ser atacada
BRASÍLIA (Folhapress) – Apesar de concordar majoritariamente (91,4%) com a afirmação de que "homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia", 65% dos brasileiros concordam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".
É o que aponta pesquisa divulgada ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), feita a partir da entrevista de 3.810 pessoas de ambos os sexos entre maio e junho do ano passado.
"Embora o homem seja ainda percebido como o chefe da família, seus direitos sobre a mulher não são irrestritos, e excluem as formas mais abertas e extremas de violência. Um homem deve tratar bem sua esposa, e, enquanto o fizer, rusgas menores devem ser resolvidas no espaço privado", diz a pesquisa.
Entre as afirmações apresentadas aos entrevistados, está a de que "o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros", que teve a concordância total de 58,4% e concordância parcial de 23,5%; a de que "se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros", com concordância total de 35,3% e parcial de 23,2%; e de que "a mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos", com concordância de apenas 15,5%.
"Os principais resultados aqui apresentados indicam uma ambiguidade nos discursos. O primado do homem sobre a mulher ainda é bastante aceito pela população, mas a violência física não é tolerada", afirma a conclusão do estudo. "No entanto, no que toca à violência sexual, a maioria das pessoas continua a considerar as próprias mulheres responsáveis, seja por usarem roupas provocantes, seja por não se comportarem "adequadamente"", completa.
Um outro estudo também divulgado pelo Ipea estima que haja anualmente 527 mil tentativas ou casos de estupros no país, dos quais somente 10% são reportados à polícia.
É o que aponta pesquisa divulgada ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), feita a partir da entrevista de 3.810 pessoas de ambos os sexos entre maio e junho do ano passado.
"Embora o homem seja ainda percebido como o chefe da família, seus direitos sobre a mulher não são irrestritos, e excluem as formas mais abertas e extremas de violência. Um homem deve tratar bem sua esposa, e, enquanto o fizer, rusgas menores devem ser resolvidas no espaço privado", diz a pesquisa.
Entre as afirmações apresentadas aos entrevistados, está a de que "o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros", que teve a concordância total de 58,4% e concordância parcial de 23,5%; a de que "se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros", com concordância total de 35,3% e parcial de 23,2%; e de que "a mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos", com concordância de apenas 15,5%.
"Os principais resultados aqui apresentados indicam uma ambiguidade nos discursos. O primado do homem sobre a mulher ainda é bastante aceito pela população, mas a violência física não é tolerada", afirma a conclusão do estudo. "No entanto, no que toca à violência sexual, a maioria das pessoas continua a considerar as próprias mulheres responsáveis, seja por usarem roupas provocantes, seja por não se comportarem "adequadamente"", completa.
Um outro estudo também divulgado pelo Ipea estima que haja anualmente 527 mil tentativas ou casos de estupros no país, dos quais somente 10% são reportados à polícia.