Paraná deverá colher 23 milhões de toneladas de grãos

CURITIBA – A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento nesta sexta-feira (24) o balanço da safra de verão 2017/2018, referente ao mês de novembro.
O relatório aponta para uma colheita de 23 milhões de toneladas de grãos, correspondendo um recuo de 9% em relação ao ano passado. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a projeção se mantém estável em relação à previsão inicial, mas o excesso de chuvas começa a preocupar.
“Não há expectativa de que se repitam as condições climáticas excelentes da safra anterior, que permitiram uma colheita recorde”, disse o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. O excesso de chuvas verificado nos últimos dois meses começa a provocar estragos na lavoura. A soja já apresenta perdas de 2% na região Oeste, a maior produtora do grão no Estado.
Segundo Ortigara, mesmo com o aperfeiçoamento da tecnologia empregada pelos produtores, o desempenho do clima já apontava que os ganhos não seriam tão consistentes como foram no ano passado.
“Na largada do plantio da temporada 2017/18, houve uma sequência de eventos que não contribuem para a repetição de fase tão favorável como foi no ano passado”, disse ele. Houve atraso do plantio em função da seca, depois chuvas abundantes, erosão e soterramento de sementes. “Ainda assim, a expectativa é de uma safra grande”, afirmou o secretário.
SOJA – O Deral já trabalha com uma queda de produção de 2% para a soja, cujo volume colhido deve cair de 19,8 milhões de toneladas (safra anterior) para 19,4 milhões de toneladas. Em relação à estimativa inicial a queda prevista é de 1% (100 mil toneladas). Essa redução está sendo provocada pelo excesso de chuvas de outubro e novembro e afetou principalmente a região Oeste.
Cerca de 96% da área prevista para soja – de 5,45 milhões de hectares – já foi plantada e a maior parte está em boas condições. Os preços também estão estáveis, embora menores que no ano passado. Em novembro do ano passado a cotação média era R$ 66,00 a saca. Neste ano, no mesmo mês, a cotação é de R$ 62,00 a saca, uma queda de 5%.
MILHO – A área destinada ao milho é de 340.680 hectares, já totalmente plantada e a expectativa com o desenvolvimento da lavoura é boa. A área é a menor da história para a primeira safra do grão, com uma queda de 34%. A previsão de produção é de 3,07 milhões de toneladas, 38% menor em relação ao ano passado. A redução no plantio é explicada pela queda no preço, que já chega a 31%. Em novembro de 2016 a saca valia R$ 32,00 a saca e este ano R$ 22,00.
MANDIOCA – Cerca de 93% da área plantada com já foi colhida e ainda há falta generalizada de raiz para a indústria, o que mantém os preços em alta. Atualmente a raiz está sendo comercializada por R$ 687,00 a tonelada, 48% acima da média de comercialização em igual período do ano passado que era de R$ 464,00 a tonelada.
A escassez ocorre em função na redução da área plantada no ano passado, após um período de preços baixos que em 2015 . Na safra atual foram plantados 124.381 hectares e a colheita aponta para um volume de 3,2 milhões de toneladas – 5% acima do ano passado.