Paraná lidera exportações das cooperativas brasileiras

O Paraná respondeu por 36% das exportações das cooperativas brasileiras de janeiro a setembro deste ano. As cooperativas do Estado somaram US$ 1,49 bilhão de um total de US$ 4,13 bilhões vendidos no Exterior pelo sistema no País.
O Estado ficou à frente de São Paulo (US$ 812,7 milhões), Minas Gerais (658,4 milhões) e Santa Catarina (US$ 503,7 milhões), de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O resultado é puxado pelas exportações de grãos e de frango.
Das seis cooperativas brasileiras com exportações acima de US$ 100 milhões, três são do Paraná: Coamo Agroindustrial, de Campo Mourão, que também é a maior exportadora do País; a C.Vale, de Palotina; e a Copacol, de Cafelândia.
A lista de exportadoras conta ao todo com 19 cooperativas, que responderam, no período, por 18% das exportações totais do Paraná no período. China e União Europeia são os principais mercados.
“As cooperativas sempre tiveram papel relevante no Paraná e contribuíram para o desenvolvimento do Interior, com forte geração de emprego, agregação de valor, pesquisa e inovação”, diz Francisco José Gouveia de Castro, diretor do centro estadual de estatística do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social).
De acordo com Castro, elas contribuíram para que algumas regiões, como o Oeste e do Sudoeste, tivessem um desenvolvimento acima da média do Estado nos últimos anos. Atualmente 3,3 milhões de pessoas estão ligadas direta ou indiretamente ao setor no Paraná.
A combinação de safras recordes de grãos, aliadas a pesados investimentos em tecnologia e profissionalização, colocaram o Paraná no topo do setor. Entre 2010 e 2014, as cooperativas ampliaram exportações em 46%, para US$ 2,4 bilhões.
De acordo com Gilson Martins, assessor técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), os investimentos em tecnologia garantiram acesso a mercados exigentes. “Hoje as cooperativas exportam coxa de frango desossada para o Japão e cortes adequados à tradição muçulmana para o Oriente Médio, por exemplo”, cita.
PERSPECTIVAS – O dólar alto traz boas perspectivas para as exportações das cooperativas, mas Gilson Martins ressalta que a moeda americana pressiona os custos dos insumos para o setor. Até agora, a valorização do dólar tem ajudado a compensar parte da queda nos preços internacionais da soja.