Paranavaí registrou 927 prisões em 2018
O ano de 2018 terminou com 927 prisões em Paranavaí. Trata-se de um número expressivo, pois ultrapassa a 1% de toda a população da cidade, projetada em 87.813 pessoas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do último mês de agosto.
Estes e outros números constam de balanço das atividades de 2018, passados ao Diário do Noroeste pelo delegado Luiz Carlos Mânica, chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí.
Em relação a 2017, o volume de prisões mostra pouca diferença. Naquele ano foram 901.
No montante do ano passado, a maior parte é de cumprimentos de mandados por ordem judicial, isto é, de pendências anteriores ao ato de detenção. Foram 321.
Também há 150 prisões por furtos, uma das modalidades mais comuns de crimes contra o patrimônio.
A violência doméstica igualmente se destaca, respondendo por 119 prisões, seguida por 101 casos de tráfico de drogas (em 2017 foram 94 detidos nesta ação criminosa) e 24 episódios envolvendo estelionato ou receptação.
REDUÇÃO – Outro quesito que chama a atenção é o de embriaguez ao volante, mas de forma positiva, pois houve drástica redução. Em Paranavaí foram registrados 78 casos nos 12 meses do ano passado. Já no período anterior (2017), 106 motoristas ou motociclistas foram flagrados nesta condição.
Para o delegado Mânica, a situação revela existir mais prudência por parte de condutores. Por outro lado, a lei se tornou mais rígida, podendo a infração resultar em prisão em flagrante, apreensão da Carteira de Habilitação, sem contar no pesado custo financeiro com multas e fiança.
Por fim, o delegado considera que está havendo uma nova atitude das pessoas diante da legislação.
ANÁLISE – Mânica também destaca o volume geral de prisões, atingindo mais de 1% da população. No entendimento do delegado, não há uma só causa, mas um conjunto de causas para os problemas que resultam em prisões.
O volume de prisões preocupa a comunidade também por conta da superlotação constante da Cadeia Pública. A unidade tem média de presos quase sempre acima de 200 pessoas, enquanto a capacidade é de 96 detentos (número de camas).
Essa quantidade de detentos leva a uma reflexão sobre a necessidade de construção de um novo presídio. Defensores da ideia analisam que o preso já existe, vivendo em condições precárias e oferecendo risco constante à segurança da comunidade.
Os contrários ao presídio argumentam que uma unidade nesses moldes poderia atrair mais criminalidade, além de problemas sociais em decorrência da vinda das famílias de presos, necessitando de mais estrutura pública de saúde, assistência social e outros serviços.