Paranavaí tem três casos suspeitos de zika vírus
O secretário de Saúde de Paranavaí, Agamenon Arruda de Souza, informou que existem três casos suspeitos de zika vírus em Paranavaí: dois no Distrito de Sumaré e um no Jardim Morumbi. Amostras sanguíneas dos três pacientes estão sendo analisadas no Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR), em Curitiba.
De acordo com Souza, dois casos seriam importados (um de São Paulo e outro do Mato Grosso), o que não diminui o tamanho do problema. “Se for zika vírus mesmo, a doença poderá se espalhar com facilidade”, disse o secretário, referindo-se ao alto índice de infestação por Aedes aegypti na cidade.
Ele explicou que todas as medidas de segurança para evitar a proliferação do vírus estão sendo tomadas. Os pacientes estão em isolamento, enquanto os agentes de saúde fazem bloqueios nos locais onde os três estiveram. O trabalho consiste na busca ativa por outras pessoas com sintomas da doença, a eliminação de focos de larvas e a pulverização de veneno para matar o mosquito.
“Estamos muito preocupados”, afirmou Souza, que fez um apelo à população. “Se os moradores não colaborarem, não vamos conseguir enfrentar esse problema. Cada um precisa tomar conta da própria casa, fazer a limpeza do quintal e não deixar água parada. Uma vez por semana é suficiente”.
DENGUE – O transmissor do zika vírus é o Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite dengue e febre chikungunya. Por isso, as ações para evitar novos casos de todas essas doenças são as mesmas. Uma das propostas para alcançar esse objetivo rapidamente é a realização de mutirões de limpeza.
Hoje, segunda, terça e quarta-feira, a equipe da Vigilância em Saúde estará no Jardim Morumbi intensificando os trabalhos de combate ao mosquito. A principal motivação é a grande quantidade de larvas e mosquitos detectada durante o primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira): 4,1%.
Outro fator que colocou o bairro no topo da lista de prioridades foi a confirmação de dois casos de dengue e a notificação de mais quatro pessoas com sintomas da doença. “A situação é alarmante”, declarou o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho.
Segundo ele, a ida da equipe ao Jardim Morumbi estava prevista para a segunda quinzena de fevereiro. Com o resultado do Lira, seria antecipada para o dia 22 de janeiro. No entanto, o surgimento de novos casos positivos e suspeitos de dengue naquela região de Paranavaí mostrou a necessidade de ações imediatas.
MUTIRÃO – Fadel Filho pediu aos moradores que permitam a entrada dos agentes de saúde nas residências, para que possam verificar se há ou não focos de larvas do Aedes aegypti. Caso haja criadouros, será possível eliminá-los.
O diretor da Vigilância em Saúde também solicitou que as pessoas não deixem entulhos nas calçadas, esperando que o caminhão de coleta faça a retirada. A atitude correta durante o mutirão de limpeza consiste em informar para os agentes sobre a existência desses materiais. O endereço será anotado para que o caminhão de apoio seja deslocado até o local para recolher a sujeira.
GERAL – Apesar da grande preocupação com o problema identificado no Jardim Morumbi, o alto índice de infestação por Aedes aegypti está em todos os bairros de Paranavaí. “A cidade toda está infestada”, enfatizou Fadel Filho.
Conforme os números do Lira, a média de Paranavaí representa 2,8% das residências, ou seja, quase três vezes a mais do que o índice preconizado pelo Ministério da Saúde, 1%.
Na região que compreende os Jardins Morumbi e Ouro Branco e a Vila City, são 4,1%. Na área que inclui os Jardins São Jorge e Simone e a Vila Operária, 3,5%. No centro, 1,8%. Na região dos Jardins Ipê, Santos Dumont e Guanabara, no Parque Industrial e no Distrito de Sumaré, 1,9%.
EMERGENCIAL – Diante desse quadro, o Governo do Estado disponibilizou R$ 147 mil para a Administração Municipal de Paranavaí. O dinheiro deve ser empregado nas ações de combate à dengue, por isso, o objetivo é encontrar caminhos dentro da legalidade que permitam a aplicação sem a necessidade de processo licitatório.
O secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, citou a contratação de pessoal para fazer a limpeza de terrenos vazios, a compra de material para a execução desses trabalhos e a aquisição de medicamentos para o tratamento das pessoas com dengue. “Quanto mais cedo fizermos isso, melhores serão os resultados”.
SINTOMAS – As três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti apresentam sintomas semelhantes, entre os quais, dores de cabeça e nas articulações, dores nos olhos, manchas vermelhas pelo corpo e febre alta.
Ao perceber essas reações, as pessoas precisam procurar ajuda médica o mais rapidamente possível, para que as equipes da Vigilância em Saúde possam ir até os locais frequentados pelos pacientes para fazer o chamado bloqueio, com o intuito de evitar que os vírus se espalhem.