Paranavaiense narra experiência vivida na passagem do Furacão Irma
Imagine a sensação de chegar num lugar desconhecido, na expectativa de conhecer as belezas naturais. Agora, ao invés das belezas, você chega para o passeio e se depara com o alerta de um furação categoria 5 (de maior potencial destrutivo, na escala que começa em 1), ainda inédito na região e, portanto, de consequências imprevisíveis até para os residentes.
Essa é parte da experiência vivida pelo capitão da reserva da Polícia Militar, paranavaiense Jacson Casimir Vieira, na viagem a Porto Rico. Ele conta que chegou a San Juan, cidade da capital, na terça-feira, dia 5. Foi surpreendido com a notícia do furacão e preparativos para a chegada do evento natural.
Na quarta-feira, dia 6, ainda arriscou um passeio no período da manhã. A previsão era de que por volta das 20h haveria o ponto culminante do furacão. Então, já à tarde no hotel onde estava hospedado começou os preparativos, inclusive lacrando portas e janelas de vidro com madeira.
Os hóspedes foram orientados a permanecerem no saguão, deixando seus pertences nos banheiros dos quartos, compartimentos considerados mais seguros nos andares superiores.
O gerente do hotel deu seu depoimento pessoal, lembrando que viveu quatro furacões, mas nenhum tão forte quanto era a expectativa sobre esse.
E assim se desenrolaram os fatos… Jacson narra a angústia da espera do desastre natural, o que se deu no intervalo entre 16h e 20h.
Enquanto não chegava, o furacão dava sinais da sua força com rajadas de vento e chuva. Em determinado momento, o turista recebeu autorização para ir ao quarto. Naquela altura havia um misto de cansaço e preocupação.
O susto só diminuiu quando circulou a informação de que o furação havia perdido força, enquanto ainda estava no mar. Passado o risco, Jacson saiu quinta-feira pela cidade, onde pôde constatar a violência do vento. Árvores foram arrancadas pela raiz, postes quebrados e a energia elétrica teve o abastecimento interrompido.
Como a cidade já está preparada para esse tipo de desastre natural, não faltou energia no hotel, por conta de geradores. Mas, a ansiedade ainda duraria alguns dias, isso porque não foi possível embarcar na viagem de volta. O próximo destino, Miami, nos Estados Unidos, estava com o aeroporto fechado, ainda por conta dos efeitos ou riscos devido ao Furacão Irma.
Utilizando-se de contatos no Brasil, o viajante conseguiu uma nova passagem, agora com escala na Cidade do Panamá (capital do Panamá), seguindo até São Paulo. Na segunda-feira estava de volta a Paranavaí. No dia seguinte, reservou a parte da tarde para pescaria, um relaxamento necessário depois de tantos sobressaltos.
Resumindo a experiência a pedido do Diário do Noroeste, Jacson opina que a situação mostrou o quanto é importante respeitar a natureza e nunca subestimá-la. “Foi um grande aprendizado”, resume o militar, com a experiência de quem já visitou 20 países.
Porto Rico (arquipélago) é um território dos Estados Unidos, situado no Mar do Caribe, a Leste da República Dominicana e a Oeste das Ilhas Virgens. A passagem do Furacão Irma deixou um rastro de destruição, afetando especialmente o abastecimento de energia elétrica e água.