Paranavaienses fazem caminhada pela cidade e pedem fim da violência

Marcha pela paz. Na tarde de ontem, dezenas de pessoas saíram pelas ruas de Paranavaí e expressaram a indignação que sentem em relação à crescente sensação de insegurança. A principal motivação para o ato popular foi a morte do arquiteto Fábio Tranin, no dia 29 de agosto.
A manifestação teve como tema “Que mães não chorem mais!”, um pedido para que casos como o de Fábio Tranin não se repitam. “O que aconteceu se repete sempre. Quantas mães choram todos os dias? Ele está simbolizando o sofrimento dessas famílias”, disse Miguel Tranin, irmão do arquiteto.
Para ele, ver dezenas de pessoas reunidas em nome do irmão assassinado é uma demonstração de carinho. É o reflexo de como o arquiteto se relacionava com quem estava por perto. “Fábio era uma pessoa de bem. Todo mundo gostava dele. Isso mostra que vale a pena”.
De acordo com Miguel Tranin, a morte do irmão foi uma ruptura nos sonhos do arquiteto. “Ele tinha muitas ideias, muitos planos”, contou. É também uma situação extremamente delicada para os mais próximos. “Mexeu com toda a estrutura da família. Agora, precisamos nos organizar e tocar em frente”.
Durante a caminhada pelo centro de Paranavaí, algumas pessoas distribuíram laços brancos que simbolizavam o pedido por paz. Quando pararam em frente à prefeitura, deram as mãos e fizeram uma oração em homenagem ao arquiteto.
O CRIME – Na manhã de 29 de agosto, dois homens invadiram a casa onde Fábio Tranin morava com a mãe, de 85 anos. O imóvel passava por reformas, por isso, o portão estava aberto. Eles renderam os pedreiros e a mãe do arquiteto, prendendo-os em um cômodo na parte do fundo.
Um dos bandidos seguiu em direção à cozinha da casa. Fábio Tranin teria tentado fechar a porta ao perceber a presença do assaltante. Nesse momento, ele disparou e acertou o arquiteto na cabeça. Os dois fugiram em seguida.
INVESTIGAÇÕES – A Polícia Civil (PC) segue com as investigações, com o objetivo de localizar os autores do crime e esclarecer as circunstâncias do assassinato. Além dos depoimentos feitos por testemunhas, a própria população tem feito denúncias anônimas e contribuído para acelerar o processo.
Questionado sobre a identificação dos bandidos, o delegado Vagner dos Santos Malaquias preferiu manter a discrição, mas garantiu que está otimista. Segundo ele, é possível que nos próximos dias haja novidades em relação ao caso.
Ele afirmou que a PC já dispõe de algumas informações importantes. As imagens captadas pelas câmeras de segurança da casa onde o arquiteto morava apontaram suspeitos. Também indicaram a principal linha de investigação: latrocínio, que é o roubo seguido de morte.
Malaquias relembrou o fato de a motocicleta utilizada pelos bandidos no dia do crime ter sido encontrada na última quinta-feira, na Vila City. Destacou, ainda, que a PC tem recebido apoio da Polícia Militar no sentido de desvendar o caso.