Parceiro de Luiz Gonzaga vem a Paranavaí tocar em show que homenageia o Rei do Baião

No dia 5, às 20h, vai ser realizado o show “100 Anos de Nascimento do Nosso Rei do Baião” na Casa da Cultura Carlos Drummond de Andrade. As grandes atrações são Maestro Braga, Cláudio do Vale e Zé Cupido, artista conhecido em todo o país como o Rei dos Oito Baixos que fez parcerias com Luiz Gonzaga, Tonico e Tinoco, Inezita Barroso e Teixeirinha. No repertório, grandes clássicos de Luiz Gonzaga. Ingressos estão à venda na Fundação Cultural por R$ 5.
O show não homenageia apenas o Rei do Baião, mas também o convidado mais ilustre, o acordeonista Zé Cupido, de Quiririm, interior de São Paulo, que teve o primeiro contato com um instrumento musical aos dois anos quando ganhou uma gaita. Aos nove, já deficiente visual, foi presenteado pela mãe com um acordeão ganhado em um sorteio de rifas. Mesmo sem enxergar, Cupido aprendeu a tocar o instrumento sozinho.  A identificação com a música foi tão grande que mais tarde se tornou também violonista, cavaquista, bandolinista e baterista.
Nos anos 1950, virou atração principal de programas de rádio de todo o Brasil. Na década de 1960, gravou composições de sucesso como “Meu Prazer”, “Arrasta-Pé”, “Charanguinha”, “Bidu” e “Fogo na Botinha”.  Zé Cupido era procurado por grandes nomes da música brasileira para fazer acompanhamento de sanfona e harmônica em shows e gravações de discos. Os principais parceiros foram Luiz Gonzaga, Tonico e Tinoco, Inezita Barroso, Teixeirinha, Arlindo Pinto, Roberto Stranganelli e Capitão Furtado com quem compôs a música “Granja Cocodeco”, gravada em 1971 por Chitãozinho e Xororó.
Entre os principais discos de Zé Cupido estão “Tiro e Queda”, “Viajando pelo Brasil”, “Zé Cupido”, “Zé Cupido em 8 Baixos/Minha Terra”, “Cangaceiro Cabra Macho” e “Mercado de São José”. “Há mais de 40 anos, já se ouvia e dançava muito a quadrilha ‘Ao Pé do Fogo’, do Zé Cupido, além da toada ‘Sertão da Minha Terra’ e o arrasta-pé ‘Puxa-Puxa’. Era difícil acreditar que um homem privado da visão tivesse tanto talento para a música. Ele tem um grande dom”, comenta o aposentado cearense João Mariano que conheceu a música do acordeonista há quase 60 anos.
Em 1979, o acordeonista retomou a fama com as adaptações de “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu, e “Brasileirinho”, de Valdir Azevedo. Embora não seja tão popular na atualidade, o legado de Zé Cupido lhe garantiu um espaço de honra na Enciclopédia da Música Brasileira, publicação do Grupo Folha.