“Parece o dono da bola”, diz Coutinho sobre Neymar

Maior astro da seleção brasileira para a Copa do Mundo em casa, Neymar, 22, não é alvo das maiores expectativas do ex-atacante Coutinho, 70, para a competição, que começa em 12 de junho.
"Eu espero da seleção brasileira. Espero que coletivamente ela jogue bem. Não espero nada do Neymar. Se vai ser artilheiro, se não vai, não me interessa", afirmou ontem, no lançamento de um documentário do National Geographic Channel sobre a seleção, em São Paulo.
Maior parceiro de Pelé nos gramados, Coutinho costuma apontar individualismo e excesso de dribles no estilo de jogo de Neymar. "Parece o dono da bola", criticou.
Ele também reclama de simulações de falta. "É o maior cai-cai do Brasil. Parece que está jogando de patinete. Malandragem é outra coisa. Tem que fazer o possível para ficar em pé, futebol é em pé".
Campeão mundial com o Santos em 1962 e 1963 e com a seleção brasileira em 1962, ele considera um exagero que as atenções se voltem tanto a Neymar.
"Aqueles caras que estão com ele [no time], desculpe a expressão, devem se sentir uma merda. Só falam dele. Isso não aconteceu nem com Pelé", afirmou Coutinho.
"Espero que não, mas acho que [isso] está atrapalhando [o elenco da seleção]. Tem que falar sobre todos. Espero que o Felipão esteja pensando nisso. Mas [Neymar] é um grande jogador", acrescentou.
O ex-goleador discorda das pessoas que incluem Neymar na lista dos maiores jogadores da história do Santos. "Desculpe, mas acho idiotice. Tem tanta gente [consagrada no clube]", disse.
O atacante do Barcelona conquistou uma Taça Libertadores da América, uma Copa do Brasil e três edições do Campeonato Paulista com a camisa alvinegra.
RACISMO – O ex-atacante Coutinho cobra providências contra as manifestações racistas no futebol. "Se não, vão excluir o preto do jogo", afirmou.
"Por enquanto, quem fez o melhor foi o Daniel Alves. Ele não se queixou para ninguém, não foi procurar a polícia", avaliou. "Tem que passar por cima", disse na manhã de ontem, no lançamento de um documentário do National Geographic Channel sobre a seleção.
No domingo, o lateral direito brasileiro Daniel Alves, do Barcelona, comeu uma banana jogada no gramado por um torcedor do Villarreal, em jogo do Campeonato Espanhol.
Ele defende que os dirigentes tomem providências para combater o problema. "Não dá para pegar quem faz isso. Era bom se pegasse e desse um castigo para não ter mais isso. Vamos ver lá fora [do país, se fazem algo]", opinou.