Pelo menos quatro vacinas são recomendadas a mulheres grávidas
A gravidez é uma das fases mais bonitas na vida de uma mulher, e também é um período que exige total atenção e cuidados com a saúde. Muitas mulheres ficam com receio, por exemplo, de tomar vacinas durante a gestação, acreditando que isso pode fazer algum mal para o bebê.
Mas ter atenção ao esquema vacinal, é muito importante para proteger tanto a mãe como a criança.
“As vacinas tomadas pela mulher grávida valem por duas, porque protegem tanto a mãe quanto o bebê. Os efeitos das vacinas são transmitidos via placenta para o feto, assim como, após o nascimento, a transmissão se dá pelo aleitamento materno, até que a criança tenha idade para iniciar seu próprio ciclo de vacinações. Claro que existem algumas vacinas que são contraindicadas durante a gravidez, mas pelo menos quatro são altamente recomendadas e essenciais para a proteção da mãe e do bebê”, explica a coordenadora do setor de Imunização do município, Míryan Jordão.
Conheça as quatro vacinas recomendadas para mulheres durante a gravidez:
INFLUENZA (GRIPE) – A vacina contra a gripe é uma das mais importantes durante a gestação. Além de imunizar contra o vírus da gripe, também protege de quadros mais graves, como pneumonia, devido à queda da imunidade.
Gestantes, puérperas e crianças com até 5 anos representaram 11,4% das mortes por Influenza entre pessoas com fatores de risco em 2017. E bebês com até 6 meses de vida têm 40% mais chances de serem internados em UTI por Influenza do que bebês entre 6 e
12 meses.
A dose da vacina da Influenza pode ser prescrita em qualquer mês da gravidez ou em até 45 dias após o nascimento do bebê, para aquelas que não tomaram durante os nove meses, em uma dose única.
DTPA (H3 TRÍPLICE BACTERIANA) – Dos 2.955 casos de coqueluche registrados no Brasil em 2015, 1.850 (ou 65%) foram em crianças menores de 1 ano. Das 35 mortes, 30 foram de bebês menores de três meses.
Além da proteção contra a coqueluche, a vacina dTpa também protege contra a difteria e o o tétano neonatal, infecção que pode ocorrer com instrumentos inadequados e contaminados usados para cortar o cordão umbilical.
A mulher grávida deve tomar uma dose a cada gestação a partir das 20ª semana, ou até 45 dias após o parto.
HEPATITE B – A doença não apresenta sintomas bem definidos, mas o indivíduo que a contrai pode ter vômito, dores musculares, náuseas e mal-estar (sintomas pertinentes a outras complicações também). A infecção durante a gravidez é uma via comum de transmissão, então é importante evitar que a mãe se infecte e não transmita ao feto ou ao recém- nascido. Criança infectada com hepatite B pode apresentar cirrose hepática e câncer hepático na fase adulta.
No Brasil, 11,1% dos casos de Hepatite ocorreram em gestantes. A transmissão vertical (da mãe para o filho) somou 6,2% do total. Além disso, 90% dos recém-nascidos que contraem Hepatite B durante o parto desenvolvem a forma crônica da doença.
A vacina contra hepatite B deve ser administrada em três doses, preferencialmente a partir do segundo trimestre da gestação. Se a gestante já foi vacinada anteriormente, não há necessidade de reforço.
DUPLA ADULTO – A vacina previne contra difteria e tétano. O tétano neonatal matava 6,7 de cada 1.000 bebês nascidos no fim da década de 1980. Graças às políticas de vacinação, apenas 15 países ainda não conseguiram eliminar a doença. A região das Américas alcançou esta conquista.
A vacina Dupla Adulto deve ser tomada em duas doses, de acordo com a situação vacinal, além da dose da dTpa, a partir da 20ª semana de gestação.