Perder com dignidade

Rogério J. Lorenzetti*

"Problemas que vêm com a vitória são mais agradáveis do que os da derrota, mas igualmente difíceis” (SIR WINSTON CHURCHIL)

Estamos nos aproximando do final de mais uma campanha política. Aproximando-se o dia da eleição, a população se prepara para ir às urnas, de forma democrática, e escolher os que considera mais aptos a exercer a representação popular no executivo e legislativo.

Resultados deixarão alguns candidatos alegres e outros decepcionados, mas é importante saber aceitar a soberania da vontade popular, expressa pelos eleitores aptos a votar.

Tenho acompanhado este final de campanha e observado que o desespero da iminência da derrota de alguns candidatos, principalmente daqueles que disputam a chefia do executivo, faz com que acusações infundadas, falácias, ataques às pessoas e às instituições, que não estão disputando estas eleições, se tornem argumentos para tentar desmerecer os que estão liderando as intenções de voto.

Simultaneamente a isso, existe um festival de propostas, algumas utópicas, outras que não encontram respaldo na atual situação econômica e política que vive o Brasil, produzindo o desencanto entre os eleitores mais bem informados. Os autores destas propostas infecundas tentam a todo custo obter o apoio de alguns indecisos e fazem crescer na população a sensação de despreparo do candidato para o cargo almejado.

A derrota ensina mais que a vitória, principalmente que nenhuma campanha política e tampouco o marketing conseguem mudar o caráter do candidato. Quando o passado condena, o futuro fica comprometido.

O país tem que sofrer mudanças, e o resultado das eleições deve retirar da vida pública maus políticos, cuja vida pregressa não os recomenda. Agindo assim, os eleitores passarão uma mensagem clara àqueles que postulam cargos públicos no país. A cassação definitiva e legítima é aquela feita pelas urnas, reprovando políticos que já se provaram ineficientes ou desonestos. A hora é agora, vamos fazer a nossa parte.

E aqueles que, mesmo não tendo nada que os desabone, eventualmente perderem a eleição, recomendo que façam uma avaliação dos motivos que levaram ao insucesso e procurem formas de corrigi-los. Participar de novas eleições sempre será possível, principalmente aqueles que agiram com ética na campanha e souberam aceitar o resultado com dignidade.

*Rogério J. Lorenzetti, prefeito reeleito de Paranavaí