“Pesquisa precisa ser reconhecida pela sociedade”, diz presidente o Iapar
REINALDO SILVA
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O presidente interino do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rafael Fuentes, esteve em Paranavaí no sábado (6) para o lançamento de uma nova variedade de mandioca, a IPR B36. Na ocasião, disse que “a pesquisa precisa ser reconhecida pela sociedade”.
Na avaliação de Fuentes, o processo para desenvolver uma nova variedade de mandioca, por exemplo, requer investimentos e dedicação da equipe de pesquisadores. “É um trabalho demorado, mas com grande impacto social.”
Sobre a cultivar apresentada na cerimônia de sábado, o presidente interino do Iapar disse que proporcionará resultados positivos para a economia. “A produtividade média da região é de 25 toneladas por hectare. A nova variedade pode elevar para 30 toneladas.”
Fuentes, que é diretor de Pesquisa do Iapar, informou que é a quarta variedade de mandioca desenvolvida pela equipe do instituto. Nesse caso, foram 13 anos de experimentos, com cruzamentos entre diferentes linhagens e seleções, até alcançar a estabilidade.
A avaliação do presidente interino é que investir em novas cultivares de mandioca é essencial, considerando que o Noroeste do Paraná representa 10% da área destinada ao plantio de mandioca em todo o Brasil. Os municípios da região também somam 15% de toda a produção nacional.
Presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Ivo Pierin Junior disse que investir no desenvolvimento de variedades de mandioca é de fundamental importância.
Quando a cultivar tem características que beneficiam a indústria, como é o caso da IPR B36, ainda melhor. É que o Paraná responde por 70% da produção de amido no Brasil, com maior representatividade na região Noroeste. “Por isso, vejo com extrema satisfação. Vem suprir uma lacuna para o setor da mandioca.”
O apelo de Pierin Junior para os produtores é que tomem todos os cuidados necessários para proteger as lavouras da nova variedade de mandioca. Desde o manejo adequado do solo até o arranquio, “para não por todo o trabalho em risco e ter melhor aproveitamento”.
O pesquisador responsável pelo desenvolvimento da IPR B36, Mário Takahashi, apresentou características positivas e negativas da nova variedade. Entre os pontos favoráveis, o bom teor de amido, a casca delgada e a facilidade nos tratos culturais após a colheita.
O mandiocultor Benedito Gonçalves, que participou dos experimentos para desenvolver a nova cultivar, afirmou que a formação da planta é rápida e apresenta maior produtividade do que as variedades que cultivava em sua propriedade, no município de Indianópolis. “Na minha região foi muito bem.”
Para o secretário de Agricultura de Paranavaí, Tarcísio Barbosa de Souza, pesquisa, inovação e busca por tecnologia são fundamentais quando o objetivo é aumentar a produtividade. A nova variedade, disse, “vai ajudar a desenvolver nossa região, tão importante para o setor da mandioca”.