“Podemos entrar em uma nova epidemia”, diz diretor da Vigilância

De quinta-feira até domingo foram contabilizados 12 novos casos de dengue em Paranavaí, passando de 72 para 84 confirmações da doença.
Os números são referentes aos registros feitos desde o início deste ano e mostram que “podemos entrar em uma nova epidemia a qualquer momento”, conforme avaliou o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho.
O último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Lira), concluído na semana passada, deu a dimensão do problema: a média de infestação é de 1,4%, sendo que o Ministério da Saúde estabelece como limite de tolerância 1%.
Fadel Filho afirmou que 58,8% dos focos de larvas do mosquito da dengue foram encontrados em meio a garrafas, plásticos, latas e entulhos de construção. 17,6% estão em pequenos depósitos móveis, por exemplo, bebedouros de animais. Depósitos no nível do solo totalizam o mesmo percentual. Piscinas e tanques somam 5,9%. Pneus e caixas d’água também entram nas estatísticas.
Por causa dos resultados preocupantes, a equipe da Vigilância em Saúde tem intensificado os trabalhos de rotina. Para se ter uma ideia, 189 moradores receberam notificações, porque não eliminaram criadouros de mosquitos. Desses, 115 foram advertidos e 32 foram multados. O valor da multa é R$ 200 e dobra a cada reincidência.
COMBATE – Além das ações diárias dos servidores da Vigilância em Saúde, outras medidas de combate à dengue estão sendo adotadas, segundo Fadel Filho. Hoje de manhã, por exemplo, tem reunião com as coordenadoras das unidades básicas de saúde. A intenção é otimizar o fluxo de informações sobre registros de casos suspeitos da doença, para acelerar os procedimentos de bloqueio.
Também hoje, no período da tarde, será a vez de firmar uma parceria com o grupo da terceira idade do Sesc, para que contribuam com o trabalho de prevenção à doença. Amanhã, a reunião será com representantes de laboratórios de análises clínicas, para pedir que informem sobre as notificações de casos suspeitos de dengue.
Na sequência, a Vigilância em Saúde agendará reunião com servidores das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Urbano, da Diretoria de Trânsito (Ditran) e da 14ª Regional de Saúde.
POPULAÇÃO – O diretor da Vigilância em Saúde insiste em afirmar que sem o apoio dos moradores as ações do poder público não terão resultados positivos. Na avaliação dele, muitas pessoas ainda jogam lixo doméstico de forma irregular, facilitando a proliferação do Aedes aegypti.