Polícia confirma que menina Tábata sofreu abuso sexual antes de ser morta
UMUARAMA – O delegado Osnildo Carneiro Lemes, chefe da 7ª SDP em Umuarama, confirmou na tarde de ontem que a menina Tábata Fabiana Crespilho Rosa, de 6 anos, sofreu abuso sexual pelo seu assassino confesso, Eduardo Leonildo da Silva, 30 anos, preso desde o início da noite de quarta-feira (27) em local mantido em sigilo pela polícia.
De acordo com o delegado, não há dúvidas de que houve a agressão sexual. A criança ainda teria sido morta por asfixia, depois amarrada e enterrada em uma cova rasa em um terreno em estrada rural próximo a PR-480, no trecho entre Umuarama e Xambrê.
O corpo foi encontrado entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem pela polícia. O próprio matador levou os policiais até ao local.
Segundo a polícia, na noite de quarta-feira foram três delegados se revezando no interrogatório de Silva, que confessou o crime e apontou o local onde estava o corpo da menina. Entretanto a polícia ainda não sabe a motivação do crime.
Segundo o delegado, o criminoso é um homem frio e calculista e já respondeu pelo crime de estupro na cidade de Francisco Beltrão, no ano de 2008 e um homicídio em Chopinzinho. Agora responderá pela morte da menina Tabata.
Osnildo ainda informou que foram várias horas de interrogatório até Silva confessar o crime e informar o local onde estava o corpo. “Essa motivação não está clara, o que temos de início é que ele é um psicopata, pois já praticou crimes da mesma natureza em outros locais, além de se mostrar uma pessoa fria perante os fatos”, ressaltou o delegado.
Aparentemente o suspeito conhecia a família da vítima, como também a própria criança. “Ele conhecia os familiares de forma distante. Ele (Eduardo) já tinha estabelecido uma relação de confiança com a menina, pois nos vídeos, Tabata ao avistar o carro entrou espontaneamente”, informou Osnildo.
A relação entre a família foi confirmado por um dos tios da criança, que postou um desabafo na sua rede social falando da proximidade com o suspeito e a indignação pelo caso.
AGILIDADE DA PC – Através de imagens fornecidas por comerciantes próximos ao colégio de Tabata, a equipe do Delegado Fernando Ernandes Martins conseguiu identificar a menina entrando no veículo e em menos de 24 horas encontram o carro e o suspeito, porém era já tarde de mais.
“Conseguimos colher fragmentos de imagens fornecidos por comerciantes e seguimos o roteiro que a menina fez até entrar no veículo. Na sequência identificamos o modelo do carro e realizamos a abordagem de Eduardo, o qual se mostrou surpreso com a situação tentando despistar os policiais. Teremos que fazer um interrogatório complementar, pois ontem foi interrompido em ração ao tumulto”, contou o delegado Osnildo. (Fonte: Umuarama Ilustrado)
Região de 7ª Subdivisão de Polícia amanheceu com cenário de guerra
Carros tombados e queimados, um caminhão ainda permaneceu gerando fumaça por toda manhã de ontem; pedras, ferros, pedaços de pau, restos de rojões e capsulas de balas espalhadas pelas avenidas Rondônia e Ângelo Moreira da Fonseca.
Já o prédio da 7ª Subdivisão de Polícia de Umuarama estava com vidros, portas e a fachada totalmente destruídas. Esse era o cenário, após os atos de vandalismo durante o fim da noite de quarta-feira, quando alguns populares tentavam entrar na delegacia em busca do suspeito da morte de Tabata Fabiana Crespilho Rosa, de 6 anos.
O cenário em frente a delegacia era de filme apocalíptico, muito diferente do corriqueiro de uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes. Durante os dois dias do ocorrido o que veio à cabeça dos umuaramenses foi o linchamento de três acusados de sequestrar um casal de namorados, estuprar a mulher e assassinar o homem em 1986. Mas na noite de quarta-feira, a situação não chegou a tanto, mas poderia ter sido ainda pior, uma vez que a carceragem contava com cerca de 260 presos.
No fim da tarde de ontem o cordão de isolamento montado pela Polícia Militar nas ruas do entorno do complexo da 7ª SDP foram retirados, bem como foram recolhidos todos os veículos danificados durante a tentativa de linchamento do suspeito confesso de matar Tabata Fabiana.
Durante a ação criminosa também foram danificados os prédios do Instituto Médico Legal (IML) e Institutos de Criminalística e de Identificação, que ficam em prédios anexos a delegacia.
INQUÉRITO – O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Júlio Reis, enfatizou em entrevista coletiva na manhã de ontem, que os autores dos atos de vandalismo ao prédio da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama e demais situações na noite de quarta-feira não ficarão impunes. Conforme Reis, as investigações já iniciaram com o conteúdo de imagens e informações coletadas, mas a população também pode colaborar enviando informação para o WhatsApp da Polícia Civil, no número 41-99131-1188.
O delegado Júlio Reis foi enfático em dizer que a Polícia Civil do Paraná entende como inaceitável a atitude de alguns moradores de Umuarama em atear fogo em veículos de terceiros e depredar parte do prédio publico da Delegacia de Polícia de Umuarama, como também colocar em risco a vida dos policiais que estavam trabalhando no local. “Sabemos que parte da população que veio eram pessoas de bem e estavam pela curiosidade. Entretanto atitude de alguns vândalos será cobrada com muito rigor e responsabilizados por seus atos”, ressaltou. (Fonte: Umuarama Ilustrado)