Polícia diz ter provas suficientes contra acusado de matar pai e filha no Morumbi

Mesmo com o silêncio em várias perguntas e contradição em outras, a Polícia Civil tem provas suficientes para pedir a prisão temporária do acusado de duplo homicídio em que morreram pai e filha. O crime aconteceu no Jardim Morumbi, em Paranavaí, dia 02 de novembro.
O acusado cumpre prisão temporária de 30 dias. Ele foi preso em 21 de novembro na cidade de Garopaba (SC), encerrando uma fuga de 19 dias. Acabou transferido para Paranavaí na última sexta-feira, escoltado por uma equipe da Polícia Civil paranavaiense.
Conforme o delegado Luiz Carlos Mânica, chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, o acusado foi ouvido na presença de advogado e mesmo confrontado com as provas existentes, negou participação no crime.
No entanto, há provas suficientes, sem contar as contradições no depoimento dele, complementa o delegado operacional Vagner dos Santos Malaquias à reportagem do Diário do Noroeste.
Muitas provas não podem ser divulgadas para manter o sigilo sobre alguns métodos de investigação, justifica o delegado.  
No dia do crime, o acusado usava tornozeleira eletrônica, pois foi solto por progressão de regime para o semiaberto. Antes, o homem cumpria pena na Cadeia Pública de Paranavaí até ter direito ao novo regime.
Sabe-se que ele retirou o aparelho de monitoramento pouco depois do crime, iniciando uma fuga até ser detido no mês passado. Portanto, a localização dele na data e horário do duplo assassinato poderá reforçar indícios de autoria.  
Aliás, o fato de retirar a tornozeleira eletrônica gerou outro mandado de prisão, com regressão do regime de semiaberto para preso. Configura uma falta grave, conforme entendimento do STF – Supremo Tribunal Federal (1ª Turma).
A motivação para o crime é outro dado importante. Não estavam descartados nas linhas de investigação o acerto de contas ou desentendimento banal em um bar.  
OS FATOS – O crime tirou a vida de Fabiano dos Santos Lemes, de 27 anos, e de sua filha, Ana Bethyna Esteves dos Santos, de apenas 4 anos. Ambos foram surpreendidos dentro de casa, no quarto, quando o autor chegou atirando. Atingiu o pai no pescoço e a filha no peito.
A mulher de Fabiano e única testemunha, disse que o atirador chegou perguntando pelo marido. Usando capacete de motociclista, o que dificultou a identificação, entrou no quarto e fez os disparos. A mulher correu e só voltou quando o assassino tinha ido embora. Encontrou a filha caída.
A menina ainda foi socorrida, mas morreu horas depois na Santa Casa de Paranavaí. Fabiano saiu pedindo socorro e caiu perto da residência. Foi socorrido pelo Samu – Serviço Móvel de Atendimento de Urgência, mas não resistiu e morreu no local.