Polícia Federal prende chefe de quadrilha que contrabandeava cigarros paraguaios

O líder de uma quadrilha de contrabandistas, um motorista e cinco “olheiros” (pessoas pagas para denunciar a presença da polícia) foram presos anteontem em Santa Cruz de Monte Castelo e Querência do Norte, na região Noroeste. As prisões aconteceram durante a “Operação Retomada”, da Polícia Federal (PF) de Maringá.
O nome da operação faz referência às tentativas e esforços da Polícia Federal em fazer presença ostensiva na região do Extremo-Noroeste, polarizada por Paranavaí. O objetivo da ação foi desarticular a organização criminosa ligada ao contrabando.
As investigações apontam que os acusados agiam na comercialização de cigarros de procedência paraguaia. A mercadoria chega ao Brasil através do Rio Paraná e depois são usados caminhões para a distribuição.
OPERAÇÃO – Os policiais cumpriram os dois mandados judiciais em propriedades ligadas ao chefe da quadrilha. Além disso, foram realizadas barreiras em estradas vicinais usadas para o transporte de mercadorias na PR-218 que liga Querência do Norte ao Porto Felício.
Durante a ação os policiais apreenderam aproximadamente 550 caixas de cigarros contrabandeados. A mercadoria estava em uma das propriedades vistoriadas e em um caminhão que transitava na PR-218.
Nessa estrada cinco olheiros foram encontrados escondidos em locais ermos. Eles não apresentaram justificativa para a presença nos locais considerados estratégicos.
WHATSAPP – Após as prisões dos olheiros os policiais encontraram em telefones celulares conversas realizadas através do aplicativo WhatsApp. Nelas os homens falavam das caixas de cigarros apreendidas no caminhão.
Foram essas conversas que provocaram a prisão em flagrante do líder da quadrilha, isso porque ficou evidente que o cigarro apreendido pertencia a ele. Além disso, os policiais constataram mensagens indicando o posicionamento das viaturas da PF e fotos do comboio policial. Com os olheiros, foram apreendidas três motocicletas que não possuíam documentação.
MERCADO MILIONÁRIO – De acordo com a PF, o líder da quadrilha já foi indiciado três vezes por contrabando de cigarros, porte de arma e utilização clandestina de telecomunicação. Na sua residência foram apreendidos veículos, documentos de imóveis rurais e urbanos.
Os policiais também encontraram anotações detalhando a comercialização de cigarros. Os valores anotados são superiores a R$ 500.000,00 por transação. Na opinião da PF, os montantes mostram o poder financeiro da organização criminosa.
De acordo com a PF somente esse ano em uma apreensão o contrabandista perdeu cerca de R$ 6 milhões em mercadoria. Nesse dia os cigarros estavam distribuídos em quatro caminhões que também ficaram apreendidos.
Todos os homens foram autuados no Artigo 334-A do Código Penal (contrabando) e Artigo 2º da Lei nº 12.850/13 (integrar organização criminosa). Eles permanecem presos à disposição da Justiça Federal.