Polícia tenta identificar ladrão que devolveu parte dos produtos roubados

Até a tarde de ontem a Polícia ainda não tinha pistas para localizar e prender o assaltante que devolveu cheques e outros objetos levados em assalto ocorrido numa loja de lingeries de Paranavaí. O crime aconteceu na tarde da última terça-feira e a devolução se deu anteontem pela manhã, após um telefonema para a proprietária, informando onde estava o produto do crime.
O delegado Gustavo Bianchi confirma a tomada de depoimentos de outras vítimas de roubos. Mas, até o momento não há ligação do assaltante com outros crimes na cidade.
Mesmo com a aparente generosidade do assaltante que jura ser iniciante, informalmente pelo menos dois comerciantes (vítimas) já o teriam reconhecido pelas imagens do sistema de segurança da loja.
Ele não usava qualquer objeto para esconder o rosto, atitude pouco comum nestes casos. Geralmente os criminosos usam capacetes de motociclistas ou balaclavas (espécie de touca).
Mas, apesar da exposição, o delegado acredita que o assaltante seja de Paranavaí ou da região. Uma das razões é que nestes crimes citados foram levados pequenos valores em dinheiro.
Mesmo com a repercussão, não é a primeira vez que um ladrão resolve devolver objetos para a vítima. Bianchi acompanhou outros casos, inclusive em Paranavaí. Cita a devolução de um telefone celular.  
O CASO – A devolução dos objetos repercutiu nas redes sociais desde que o fato foi publicado, inclusive, a pedido do assaltante. Para uns, atitude de arrependimento; para outros, uma providência divina.
De qualquer forma, o gesto tem um resultado prático: evitar muita dor de cabeça para a proprietária, já que foram devolvidos 59 cheques de diversos clientes. Ele também devolveu a aliança e o aparador de aliança levados de uma funcionária.
A empresária Nivana da Rosa conta que, após receber telefonema do assaltante, acionou a Polícia Civil e se dirigiu ao local indicado, uma placa de sinalização de trânsito próximo ao trevo de saída de Paranavaí para Nova Aliança do Ivaí. Os cheques estavam em saco plástico, juntamente com a aliança e o aparador. Com a devolução, o crime rendeu apenas uma pequena quantia em dinheiro que estava junto com o malote levado.
Além de poupar a dor de cabeça da empresária, o ladrão ainda reparou um dano sentimental. Isso porque a aliança simboliza os 13 anos de casada da funcionária Gislaine, a mesma joia utilizada por ela desde o casamento. Nas suas palavras, abençoada.  
OS FATOS – Na tarde do crime o assaltante entrou com uma arma na mão. Exigiu dinheiro, mas foi informado que não havia valores no caixa, detalha a vítima. Nervoso, acabou encontrando o malote numa bancada e fugiu levando o mesmo.  
Na conversa telefônica o ladrão disse ter tentado entrar em contato desde a última quarta-feira, mas só teria conseguido na quinta pela manhã. Ele garantiu nunca ter cometido tal crime e que só o teria feito por desespero, pois está desempregado.