Prass e a vitória palestrina em 2015

Bola posicionada na marca da cal. O cobrador dá um, dois, três passos para trás. Olhar fixo na bola. Sai o chute, e voa um gigante vestido de azul para espalmá-lo para longe do gol palmeirense.
Fernando Prass já havia sido decisivo pelo Palmeiras antes. Não é a primeira vez que ele salva o clube em uma disputa por pênaltis. Não é a primeira vez que sai de campo ovacionado.
Mas, entre todos os momentos do goleiro com a camisa alviverde, a final da Copa do Brasil de 2015 será sempre um dos mais lembrados. Afinal, ele decidiu o título nos pênaltis, com uma defesa e um gol na disputa. O gol que encerrou a competição.
Na memória palestrina, estarão as defesas de Prass na Série B de 2013. A maneira como se transformou em um símbolo do clube em tão pouco tempo. As disputas de pênalti contra Corinthians e Fluminense em 2015.
Cada dia em que o Palmeiras precisou e teve a ajuda do goleiro para seguir adiante. Para lutar por mais um dia. Aos trancos e barrancos. De uniforme sujo, corpo suado e dever cumprido.
Ainda assim, entre todas as lembranças, se destacará a da noite de título no Allianz Parque. Porque Fernando Prass nunca foi tão Palmeiras como na partida diante do Santos.
Nunca foi tão Palmeiras porque nunca foi tão Marcos. Cada torcedor palmeirense lembrou-se e pediu ao santo goleiro que eliminou rivais com suas defesas para que iluminasse Fernando.
Nunca foi tão Palmeiras porque nunca foi tão líder. Feito um César Sampaio sem braçadeira, comandou o time e foi, ao lado de Zé Roberto, um dos pontos de equilíbrio da equipe.
Por fim, Prass nunca foi tão Palmeiras porque nunca foi tão Evair para, com a frieza reservada apenas aos grandes da história, decidir um título com uma cobrança de pênalti. Foi inspiração até para Dudu, que teve a mais edmundiana de suas noites, com lágrimas, gols e raça.
Depois de sacramentar a conquista com o gol marcado, Prass saiu correndo em direção à torcida. Cercado por seus companheiros, foi abraçado, cumprimentado, festejado e foi ao chão. Estava completa a simbiose entre clube e jogador. Estava definido o campeão da Copa do Brasil de 2015. (Ass./CBF)