Preço da mandioca cai abaixo do custo de produção
Uma situação insustentável. Assim o produtor rural Dionísio Heidemann define o momento da mandiocultura no Paraná, reclamando que o preço atual caiu abaixo do custo de produção.
Pelas contas do produtor, nesta semana o preço da raiz chegou a até R$ 140,00 a tonelada, um pouco aquém das cotações médias oficias de R$ 178,00 a tonelada.
O preço indicado pelo produtor também está abaixo do mínimo garantido pelo Governo Federal através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), atualmente em R$ 170,00 a tonelada para a região Centro Sul.
Por outro lado, o custo pode chegar a R$ 240,00, diz Heidemann. Os números oficiais do Estado mostram custo médio um pouco inferior – 196,43 a tonelada para mandioca de um ciclo (um ano). No caso da mandioca de dois ciclos (dois anos) o custo se eleva para R$ 205,55.
Cabe ressaltar que a produtividade nos dois ciclos é maior, compensando a diferença de custo. Ainda que vendendo com prejuízo, muitos se obrigam a colher e vender, honrando parte dos compromissos e absorvendo o prejuízo.
MOBILIZAÇÃO – Diante do cenário, o produtor confirma uma série de mobilizações que deverão acontecer nos próximos dias. A primeira delas, envolvendo lideranças produtoras da Macrorregião Noroeste, aconteceu em Cidade Gaúcha na quarta-feira da semana passada.
Para Heidemann a solução mais simples e boa para toda a economia está com o Governo Federal. Ele defende uma política agrícola capaz de regular o mercado, evitando sobressaltos, crises de produção e também de superprodução.
O produtor concorda que houve alguns equívocos, como o aumento de área plantada por tradicionais produtores e também o ingresso na atividade de novos plantadores, por conta da boa remuneração de períodos anteriores. As duas práticas contribuem para a situação, embora o que mais pese seja a falta de uma política eficaz, defende.
O produtor também entende que na hora de plantar é preciso verificar o mercado, onde a produção será vendida. Neste quesito, indústrias e produtor têm opiniões parecidas.
Conforme manifestação do industrial Ivo Pierin Júnior ao Diário do Noroeste, na semana passada, é importante conhecer o mercado, saber para onde vai a produção futura para só então iniciar o plantio.
Embora apontada, oficialmente a superprodução não surge como uma das causas. O Paraná deve colher nesta safra (2014/2015) cerca de 40 milhões de toneladas, o que representaria crescimento de apenas 5% em relação à anterior.
Cerca de 52% do total plantado se concentram na Macrorregião Noroeste. Portanto, a produção deve ser algo em torno de 20,8 milhões de toneladas na região. A área total com plantio no Paraná é de 165,352 hectares, dos quais, 85,983 na MacroNoroeste.
CADEIA PRODUTIVA – Destacando que as fecularias não são adversárias, Heidemann entende que há espaço para melhor remuneração. Até porque, reforça, o produtor não vai aguentar o cenário vivido. Diz que cerca de 80% dos compromissos financeiros não serão pagos pelos produtores.
Ele também questiona o fato de que os produtos da mandioca não sofrem redução de preço no mesmo ritmo para o consumidor final. “Pode ver a farinha, por exemplo, continua com o preço lá em cima”, exemplifica. Nos preços constatados oficialmente a queda se verifica tanto no preço da raiz quanto no da farinha e da fécula, sempre no atacado.
Diante disso, a convicção é por uma intervenção governamental imediata, evitando perdas maiores no futuro. Na sua visão, o Governo pode comprar por um preço justo e regular o mercado, reduzindo os sobressaltos.
OS SOBRESSALTOS – Em dezembro de 2013, por exemplo, a cotação oficial indicava R$ 550,00 a tonelada (Há depoimentos de produtores relatando preços superiores a R$ 600,00 a tonelada naquele ano). Porém, um ano depois, em dezembro último, a mesma tonelada foi vendida a R$ 219,00 – redução de 60,18%.
O cenário de alta e perspectiva de lucro elevado em determinado momento, atrai os chamados aventureiros (produtores sem experiência ou sazonais) que depois poderão ter dificuldades para comercializar ou inchar o mercado com excesso de matéria-prima, atingindo toda a cadeia produtiva.
Pelas contas do produtor, nesta semana o preço da raiz chegou a até R$ 140,00 a tonelada, um pouco aquém das cotações médias oficias de R$ 178,00 a tonelada.
O preço indicado pelo produtor também está abaixo do mínimo garantido pelo Governo Federal através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), atualmente em R$ 170,00 a tonelada para a região Centro Sul.
Por outro lado, o custo pode chegar a R$ 240,00, diz Heidemann. Os números oficiais do Estado mostram custo médio um pouco inferior – 196,43 a tonelada para mandioca de um ciclo (um ano). No caso da mandioca de dois ciclos (dois anos) o custo se eleva para R$ 205,55.
Cabe ressaltar que a produtividade nos dois ciclos é maior, compensando a diferença de custo. Ainda que vendendo com prejuízo, muitos se obrigam a colher e vender, honrando parte dos compromissos e absorvendo o prejuízo.
MOBILIZAÇÃO – Diante do cenário, o produtor confirma uma série de mobilizações que deverão acontecer nos próximos dias. A primeira delas, envolvendo lideranças produtoras da Macrorregião Noroeste, aconteceu em Cidade Gaúcha na quarta-feira da semana passada.
Para Heidemann a solução mais simples e boa para toda a economia está com o Governo Federal. Ele defende uma política agrícola capaz de regular o mercado, evitando sobressaltos, crises de produção e também de superprodução.
O produtor concorda que houve alguns equívocos, como o aumento de área plantada por tradicionais produtores e também o ingresso na atividade de novos plantadores, por conta da boa remuneração de períodos anteriores. As duas práticas contribuem para a situação, embora o que mais pese seja a falta de uma política eficaz, defende.
O produtor também entende que na hora de plantar é preciso verificar o mercado, onde a produção será vendida. Neste quesito, indústrias e produtor têm opiniões parecidas.
Conforme manifestação do industrial Ivo Pierin Júnior ao Diário do Noroeste, na semana passada, é importante conhecer o mercado, saber para onde vai a produção futura para só então iniciar o plantio.
Embora apontada, oficialmente a superprodução não surge como uma das causas. O Paraná deve colher nesta safra (2014/2015) cerca de 40 milhões de toneladas, o que representaria crescimento de apenas 5% em relação à anterior.
Cerca de 52% do total plantado se concentram na Macrorregião Noroeste. Portanto, a produção deve ser algo em torno de 20,8 milhões de toneladas na região. A área total com plantio no Paraná é de 165,352 hectares, dos quais, 85,983 na MacroNoroeste.
CADEIA PRODUTIVA – Destacando que as fecularias não são adversárias, Heidemann entende que há espaço para melhor remuneração. Até porque, reforça, o produtor não vai aguentar o cenário vivido. Diz que cerca de 80% dos compromissos financeiros não serão pagos pelos produtores.
Ele também questiona o fato de que os produtos da mandioca não sofrem redução de preço no mesmo ritmo para o consumidor final. “Pode ver a farinha, por exemplo, continua com o preço lá em cima”, exemplifica. Nos preços constatados oficialmente a queda se verifica tanto no preço da raiz quanto no da farinha e da fécula, sempre no atacado.
Diante disso, a convicção é por uma intervenção governamental imediata, evitando perdas maiores no futuro. Na sua visão, o Governo pode comprar por um preço justo e regular o mercado, reduzindo os sobressaltos.
OS SOBRESSALTOS – Em dezembro de 2013, por exemplo, a cotação oficial indicava R$ 550,00 a tonelada (Há depoimentos de produtores relatando preços superiores a R$ 600,00 a tonelada naquele ano). Porém, um ano depois, em dezembro último, a mesma tonelada foi vendida a R$ 219,00 – redução de 60,18%.
O cenário de alta e perspectiva de lucro elevado em determinado momento, atrai os chamados aventureiros (produtores sem experiência ou sazonais) que depois poderão ter dificuldades para comercializar ou inchar o mercado com excesso de matéria-prima, atingindo toda a cadeia produtiva.