Preço da mandioca diminui e gera maior otimismo para a indústria
Depois de alcançar o maior patamar das últimas duas décadas, o preço da tonelada de raiz de mandioca voltou a ser mais competitivo. Nos primeiros dias de novembro, a cotação máxima chegou a R$ 754 na região de Paranavaí e ontem chegou a aproximadamente R$ 725, conforme números do Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Os preços em outras localidades diferem dos praticados na região Noroeste do Paraná porque tomam como base a média estadual de rendimento. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp), João Eduardo Pasquini, ontem o valor era próximo de R$ 620 em outras regiões.
A redução do preço se deve a uma série de fatores, principalmente a grande oferta da matéria-prima para as indústrias. Esse cenário já era esperado até mesmo pelos produtores. Após dois meses de baixa colheita, setembro e outubro, as lavouras voltaram a render bons resultados, o que é considerado comum para esta época do ano. A partir de agora, analisou Pasquini, a tendência é que os preços continuem a cair.
Para se ter uma ideia, o grama da raiz está sendo comercializado por R$ 1,10, em média. A expectativa é que haja queda nesse valor, até que chegue a R$ 0,90. Isso tornará o produto mais competitivo, frente a outras culturas, por exemplo, o milho – grande concorrente da mandioca.
O presidente do Simp afirmou que a diferença de valores da mandioca em relação a alguns produtos se explica, em partes, pelo custo elevado na lavoura. A oscilação na extensão de áreas plantadas também contribui para a elevação de preços.
PROJEÇÃO – Apesar do aumento na oferta de mandioca para as indústrias, o cenário ainda não é o mais animador. A projeção de Pasquini é que somente a partir do segundo semestre de 2018 a situação se normalize. Até lá, os preços podem continuar altos.
Por ora, as indústrias estão abastecidas, mas pode ser que volte a faltar raiz para a produção. Isso é reflexo dos estragos nas lavouras registrados em 2015.
MERCADO – De acordo com o presidente do Simp, a elevação dos preços tem resultados negativos para o mercado. “Quando a raiz está muito alta, a produção industrial não é vendida – o consumo cai”. Para Pasquini, o aumento na oferta e a redução nos valores da matéria-prima deverão dar mais fôlego para a indústria.