Preço da mandioca tem semanas de estabilidade

O preço da tonelada da raiz da mandioca vive dias de estabilidade. Depois de altas sucessivas no começo do ano, o produto experimentou dias de queda e agora se mostra estável há cerca de três semanas.
Cotação de ontem em Paranavaí apontava para preço máximo de R$ 522,00 a tonelada e mínimo de R$ 481,00. Na média, preços apurados de R$ 493,00.
Embora longe do pior momento vivido em 2014, quando negócios chegam a ser feitos a R$ 130,00 a tonelada, a atividade também remunerou melhor no início deste ano.
Conforme a Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná – Aproman, em março alguns negócios chegam a ser feitos por R$ 700,00 a tonelada.
As cotações oficiais do Departamento de Economia Rural – Deral, da Secretaria de Estado da Agricultura, constataram preço máximo de R$ 650,00 em fevereiro.  
O produtor Dionísio Heidemann, atual secretário da Aproman, confirma a estabilização depois de um período de quedas sucessivas após a sequência de aumento do início de 2017.
Agora, analisa, os preços se apresentam estáveis por alguns fatores, dentre eles, a estiagem. Como não chove há algumas semanas, o produtor evita colher (a terra muito compactada provoca perdas). Com menos colheita, menor oferta, o que de certa forma, segura os preços.  
O agricultor se preocupa com o futuro da atividade. Lembra que neste ano houve aumento nos custos de produção. Parte deste reajuste foi provocada pela elevação do valor do arrendamento de terras. A maioria dos produtores planta em terra arrendada.
Juntamente com outros custos – defensivos, preparo do solo, mão de obra e outros, pode significar aumento de 15% nos custos de produção. Na última avaliação da Aproman, o custo estava em R$ R$ 19.200,00 por alqueire (cada alqueire equivale a 2,42 hectares). Pelas projeções, deve subir entre R$ 2.500,00 e R$ 3 mil.
Heidemann explicou que a maior parte da próxima safra já está plantada. Por isso, os próximos arrendamentos já deverão ser em valores mais baixos. Ainda assim, haverá repercussão no custo.
Ele detalha que o produtor antecipou ao máximo o plantio, visando colher o quanto antes em 2018. A ideia é aproveitar período de melhores preços.
NÚMEROS – A mandiocultura é uma atividade que vive de altos e baixos, com reflexos diretos na região de abrangência do Núcleo Regional da Seab, (33 municípios). São 37 mil hectares, conforme o Deral.
Levando em conta a Macrorregião Noroeste o total de área chega a 52% de todo o plantio paranaense. A produção gira em torno de 20,8 milhões de toneladas.
O Paraná colheu na safra 2014/2015 cerca de 04 milhões de toneladas. A área total com plantio no Paraná é de 165.352 hectares, dos quais, 85.983 estão no Noroeste (macrorregião)
O pesquisador do Deral, Ênio Luiz Debarba, concorda que a variação não é benéfica ao setor. Isso porque quando preço está muito alto, não há como a indústria sustentar, pois dificilmente consegue repassar para compradores.
Por outro lado, o preço muito baixo deixa de rentabilizar o produtor, o que desequilibra a atividade. Atualmente o preço está no limite, levando em conta a necessidade de remunerar o mandiocultor.