Preço da tonelada da mandioca fecha semana novamente em alta

O preço da raiz de mandioca continua em alta constante neste ano. Na semana passada, o preço máximo chegou a R$ 649,00 a tonelada. Já nesta semana, foi cotada ao máximo de R$ 655,00, informa o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná.
O preço mínimo manteve-se estável em R$ 609,00. O valor varia de acordo com a região e com o teor de amido do produto, além de fatores de mercado (oferta e procura).
E a tendência ainda é de elevação, como atesta Francisco Abrunhoza, presidente da Associação dos Produtores de Mandioca (Aproman). Uma situação incomum para o início do ano. Há escassez de matéria-prima, reforça o presidente.
A constante elevação dos últimos meses pesa na indústria, que vê o seu produto transformado perder competitividade no mercado em algumas situações.
O preço da tonelada se torna ainda mais emblemático se levada em conta a realidade em 2015 e o primeiro semestre de 2016. No momento de baixa mais intensa, agricultores chegaram a vender o produto a R$ 140,00. Como reclamavam na época, abaixo do custo de produção, estimado em cerca de R$ 200,00 naquela oportunidade.
A grave seca do Nordeste, que já dura cinco anos, contribui para e majoração do preço, tanto que há comprador nordestino buscando matéria prima (raiz) em São Paulo, reduzindo ainda mais a oferta no Sul e Sudeste.
Abrunhoza avalia que a situação não é boa para o produtor, pois se mantém na incerteza, cenário parecido com o vivido pela indústria. Ele defende a organização com fixação de preço máximo e mínimo, além de produção já com base na capacidade de transformação pela indústria.
A ATIVIDADE – A área estimada pelo Deral a ser colhida na atual safra (2016/2017) nos 33 municípios de abrangência do Núcleo Regional de Paranavaí é de 30.326 hectares. A produção deve girar entre 30 mil e 33 mil quilos por hectare.
A safra (mandioca de dois ciclos) se estende até o meio do ano (dois anos). Após, deve ser colhida a mandioca de um ciclo.
Em termos de área, houve um recuo em relação ao período anterior – 2015/2016, quando os produtores plantaram 38.588 hectares nas cidades da região. A redução é um reflexo do mercado que no ano passado teve excesso de oferta e preços muito baixos.