Preços da raiz da mandioca melhoram em semana de pouca colheita

“Está melhorando, mas ainda longe de ficar bom”. Essa é a avaliação do secretário da Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná (Aproman), Dionísio Heiddemann, questionado sobre como ficaram os preços da raiz da mandioca na semana que passou.
Ele confirma que os produtores estão colhendo pouco, o que acaba pressionando os preços. Como consequência, aumentou a capacidade ociosa na indústria de fécula pela escassez de matéria-prima.
O secretário disse que a tonelada da raiz tem sido comercializada entre R$ 160,00 e R$ 170,00, portanto ainda abaixo do custo de produção, estimado em cerca de R$ 240,00. Situação menos crítica em relação a semanas anteriores, especialmente no mês de setembro, quando mandiocultores chegaram a receber R$ 120,00 pela tonelada do produto, relata.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou durante a semana que o preço médio no país ficou em R$ 176,84, o que representa aumento de 10,9% em relação à semana anterior.
Mesmo com o aumento real registrado pelo Centro, a melhor remuneração do produto esbarra em outro fato típico desta época do ano: o menor teor de amido da raiz da mandioca. O teor de amido é um dos componentes da formação do preço – quanto mais amido, mais “renda” e, por consequência, mais dinheiro por tonelada.
A menor oferta de matéria-prima se dá por dois motivos: as chuvas constantes que atrapalham a colheita e principalmente (no caso da região) a orientação para que os agricultores só colham em caso de necessidade para honrar compromissos, em tese, provocando aumento do valor pela lei de mercado (oferta e procura).
Sem contar que, de acordo com o Cepea, existe a expectativa de aumento de preço, o que pode ser provocado também pela falta de mandioca nos estados do Nordeste, que estariam vindo aos estados do Sul comprar farinha. A busca por farinha é outra “concorrente” das fecularias.
Em que pese todos os fatores, Heiddemann avalia que a reação se deve à decisão de colher só o essencial para manter a propriedade ou honrar compromissos. Ele orienta a continuar colhendo menos e aposta que os preços devam subir pelo menos até fevereiro do ao que vem. Diz que a análise é de que até a metade de 2016 deve faltar mandioca.