Presença feminina é cada vez maior na Cocamar
Elas já representam 43% dos 2.400 colaboradores da Cocamar, muitas das quais exercem cargos de liderança. E, dos cerca de 12 mil cooperados, 13% são produtoras.
Agora, elas avançam também em áreas operacionais. Duas vezes por ano a Cocamar abre espaço em suas estruturas de recebimento das safras, no norte e noroeste do Estado, para trabalho temporário. Nas últimas semanas, entre homens e mulheres, 491 foram admitidos para um período com duração de aproximadamente 90 dias, em três turnos de oito horas.
Lotado em ambientes que não oferecem a mesma comodidade dos escritórios, esse pessoal preenche vagas nas quais desenvolve serviços gerais, auxiliando na balança e na classificação de grãos, operando tombadores onde caminhões despejam grãos, executando limpeza, acompanhando carregamentos, enfim. Todos são treinados e utilizam equipamentos de proteção individual.
Do total de temporários, 147 são mulheres. A quantidade é quase 50% maior em comparação às 81 admitidas em 2010, segundo dados da Employer, a empresa especializada em contratação de mão de obra, que atende a cooperativa.
OPORTUNIDADE – “O aquecimento do mercado de trabalho nos últimos anos tornou escassa a oferta de trabalhadores do sexo masculino e abriu oportunidade para mulheres”, comenta o gerente geral da Employer em Maringá, Wauir Fernandes.
Segundo ele, hoje em dia o profissional mais qualificado escolhe onde quer atuar. Para as mulheres, acrescenta, é uma chance de aumentar a receita da família com uma ocupação temporária formal, cujo salário e benefícios chegam a R$ 1.100,00 mensais.
Muitas delas, em sua maior parte casadas e na faixa entre 35 e 40 anos, já trabalhavam, prestando serviços como diaristas ou atuando em outras atividades. Mas, nas pequenas cidades, a chance de um serviço sazonal está tirando de casa também aquelas que se dedicavam exclusivamente a afazeres domésticos.
MAIS DA METADE – São Jorge do Ivaí, município a 50 quilômetros de Maringá, foi o primeiro onde a Cocamar recebeu oferta de trabalho temporário feminino, há dez anos. Nas últimas semanas, a unidade local da cooperativa ofereceu 46 vagas e 52% delas foram supridas por trabalhadoras.
O percentual é parecido aos de entrepostos de outras cidades, como Paraíso do Norte e Atalaia, na região noroeste, e de Cambé, Sertanópolis e Sabáudia, próximos a Londrina. Em 41 unidades, a cada dez contratados, três são mulheres.
O gerente de São Jorge do Ivaí, Cleber Villar, lembra que não há qualquer tipo de restrição às mulheres e nem distinção salarial. “Elas são cuidadosas e comprometidas”, afirma. (Flamma)
Primeiras mulheres a
comandar unidades
Em Sabáudia, Norte do Paraná, onde 11 das 20 vagas disponíveis na safra de inverno foram preenchidas por trabalhadoras, a presença feminina não se percebe apenas nos setores operacionais da Cocamar.
A unidade foi a primeira, na história de 51 anos da cooperativa, a ser comandada por uma mulher: a gerente de produção Fátima Coati da Costa, no cargo desde 2010.
Segundo ela, o fato de ser mulher não cria nenhum tipo de embaraço ou dificuldade no relacionamento com os cooperados – que são produtores de soja, milho, trigo, café e laranja.
Costa não está só: há poucos dias, Bernadete Lilian Serra de Souza, que exercia a supervisão administrativa em Tuneiras do Oeste, na região de Cianorte, assumiu a gerência da unidade. Com a cooperativa em forte expansão, tudo indica que outras profissionais poderão ser convidadas, nos próximos anos, a assumir funções estratégicas, como a de gerenciar entrepostos.
Nessas estruturas, além do recebimento de safras, é feita a comercialização de insumos agropecuários, prestação de assistência técnica aos produtores e, também, um trabalho de representação institucional nos municípios, junto a autoridades, lideranças do setor e segmentos da comunidade.