Presidente da Câmara deve assegurar a reeleição

O assunto que domina os bastidores da Câmara de Vereadores de Paranavaí e os meios políticos em geral é a eleição da mesa diretora para o biênio 2015/2016, marcada para o dia 22 de dezembro, às 20 horas, conforme ato publicado no final da última semana.
Não dá para afirmar, mas, de acordo com contatos mantidos pela reportagem, a reeleição do presidente Mohamad Smaili (radialista Mohamed Soumaili – Solidariedade – SD) está “bem encaminhada”. Isto porque o grupo tem a maioria dos votos e resta definir apenas os titulares de alguns cargos (vice-presidente, primeiro e segundo secretários).
Apesar das convicções, o formato da eleição da mesa diretora da Câmara abre espaço para intensas negociações. São dez votos apenas e cada chapa inscrita deve, obrigatoriamente, ser composta por quatro integrantes. Uma vez inscrito, o vereador não pode concorrer por outra chapa. Da mesma forma, a substituição do desistente não pode ser com um nome inscrito em outra chapa. As regras estão previstas na Lei Orgânica do Município.  
Com isso, a estratégia de antecipar uma inscrição (o prazo final vai até 19 de dezembro às 17 horas) limita outras possibilidades. Se houver duas chapas completas, estarão disputando, em tese, apenas dois votos (cada chapa tem quatro integrantes e a Câmara é composta por dez vereadores). Sempre bom lembrar que o inscrito não é obrigado a votar na sua chapa e tem o recurso da renúncia a qualquer hora.
O PRESIDENTE – O presidente Mohamad Smaili prefere não falar em números, embora as especulações indiquem que deva ter sete votos no grupo. Concorda que, a princípio, sete vereadores estão juntos com o mesmo objetivo. Não diz textualmente, mas as conversas estão avançando em torno do seu nome. Ele informa que vai conversar também com os demais integrantes da Câmara e propor um entendimento.
Entre os vereadores é apontada a mesa provável com Walter dos Reis – PMDB – na vice-presidência (cargo atualmente de Claudemir Barini – PSC); Leonildo Giabardo Martins – PT – 1º secretário, mantido no posto; Zenaíde Borges – PMDB – na 2ª secretária – substituindo Walter dos Reis, nesta perspectiva, vice-presidente. Admite-se, embora haja resistência de Zenaíde, uma inversão com Walter.
O presidente entende que a eleição não deva refletir negativamente na sequência do trabalho legislativo. Justifica que respeita as posições contrárias e as chapas eventualmente formadas. A reeleição é rejeitada pelos vereadores Antônio Alves (PP), Claudemir Barini (PSC) e José Galvão (PR). Eles vêm manifestando tal posicionamento desde o projeto que permitiu a reeleição, no primeiro semestre deste ano.
RAZÕES – Galvão, apontado como candidato a presidente desde o primeiro ano da legislatura, já desistiu de montar uma chapa para o pleito de dezembro. Nesta linha, o “outro lado” teria sete votos, detalha. Ele é categórico ao mencionar que o compromisso de grupo é partilhado por ele e os outros dois vereadores contrários à reeleição.
A exemplo de Mohamad, o vereador Galvão também entende que a disputa pela presidência não deva atrapalhar os trabalhos legislativos. Lembra que compõe da base de apoio ao prefeito Rogério Lorenzetti e segue atuação neste sentido. Prefere não falar em mágoa, mas, claramente se decepcionou com alguns colegas, dos quais esperava apoio.
Na mesma situação de “jogar a toalha” está Claudemir Barini. Ele admite participação, mas reconhece a dificuldade na formação de chapa. Não deve votar na renovação do mandato do presidente.
Por outro lado e confirmando os fatos apurados pelo DN, Leonildo Martins revela que há conversações em curso. Prefere não bancar os nomes, mas reconhece que “as coisas estão caminhando”. Aposta no amadurecimento do projeto a partir das reuniões para consolidação do cenário atual.
O TAMANHO DA CÂMARA – Os vereadores ouvidos pelo DN também não vêm relação entre o processo eleitoral para renovação da mesa diretora e o eventual projeto para ampliar o “tamanho” da Câmara a partir de 2017. Hoje há maioria entendendo que é preciso rever o número de legisladores.
Pela legislação em vigor, Paranavaí pode ter até 17 vereadores. Mas, há pensamento dominante por 13 cadeiras, embora outros defendam 15 e até 17. Pelo menos um vereador já manifestou voto por dez vagas apenas. Projeto para rever composição da Câmara é aguardado para o início do ano vem, logo após o recesso parlamentar.