Presidente da Sociedade Médica avalia a saúde em Paranavaí

O nefrologista Bruno Eduardo de Camargo é presidente da Sociedade Médica de Paranavaí. Na tarde de ontem, ele recebeu a equipe do Diário do Noroeste em sua clínica para uma conversa sobre a saúde no município. O médico avaliou o sistema público e o privado, falou sobre a falta de leitos hospitalares e salientou a necessidade de novos investimentos para atender pacientes de toda a região. No Dia do Médico, comemorado hoje, apontamos alguns problemas enfrentados em Paranavaí e mostramos que há perspectivas de melhora.
A falta de incentivos públicos para atrair médicos é uma das dificuldades apontadas pelo nefrologista. Segundo ele, faltam profissionais da medicina nas redes pública e particular de Paranavaí. Salários defasados e nada atrativos desmotivam médicos que poderiam atender em Paranavaí, mas optam por outros municípios onde a remuneração é maior.
São raros os casos de médicos recém-formados que conseguem manter uma clínica. Leva tempo para que façam a clientela e não dependam mais do governo federal, do estadual ou do municipal. “O SUS (Sistema Único de Saúde) garante uma verba complementar necessária para quem está começando ou para quem está chegando de outra cidade”, disse Camargo.
Na opinião do presidente da Sociedade Médica de Paranavaí, a falta de profissionais atinge todas as especialidades. Novamente ele destacou que este não é um problema apenas do sistema público de saúde, mas inclui também a rede particular. Para Camargo, a cidade tem capacidade para contar com a atuação de muito mais médicos. “Paranavaí é uma cidade polo e precisa ter mais médicos para atender todos os pacientes”.
UM NOVO HOSPITAL – Um assunto amplamente discutido durante a campanha eleitoral deste ano surgiu durante a conversa com o nefrologista. Para ele, a construção de um novo hospital é essencial. As duas propostas – o Hospital Municipal e o Hospital Noroeste – são igualmente sérias. No entanto, a segunda se torna mais viável à medida que os investimentos que seriam feitos na manutenção de toda a estrutura pode ser aplicado, por exemplo, na compra de leitos para internamento.
Camargo argumentou que o principal problema enfrentado por Paranavaí é a falta de leitos hospitalares. É por este motivo que o Pronto Atendimento Municipal é um dos grandes gargalos da saúde pública. Sem vagas para internamento, o PA se torna o local onde aguardam a oportunidade para receber o atendimento médico necessário.
ONCOLOGIA – A perspectiva de uma unidade de tratamento oncológico em Paranavaí anima o presidente da Sociedade Médica. “O governo diz que é inviável, mas seria importante para todos: a cidade vai crescer e se desenvolver, e vai aliviar o sofrimento de quem precisa sair daqui para receber atendimento em outras cidades”. Ele citou Querência do Norte como exemplo: “Imagine voltar de Maringá, quase 200 quilômetros, debilitado, após uma quimioterapia”.
SOCIEDADE MÉDICA – Camargo explicou que apesar de atuante, a Sociedade Médica de Paranavaí não tem interferência direta sobre as ações do poder público. Seu papel, neste sentido, é cobrar, acompanhar, dar sugestões. Mas a grande proposta da entidade é garantir formação continuada aos profissionais da medicina. “Trabalhamos para fomentar a educação de médicos de toda a região”, destacou.