Presidente do Conselho rebate críticas feitas à entidade na última sexta-feira

Foi com surpresa que o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Adilson Francisco, recebeu as críticas feitas à entidade na última sexta-feira, durante a 11ª Conferência Municipal de Saúde, realizada no Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto (Unidade Polo), em Paranavaí.
É que na cerimônia de abertura do evento, a promotora Suzy Mara de Oliveira questionou a paridade na formação do Conselho Municipal de Saúde e disse que há interesses políticos entre os conselheiros. Ela também destacou que a relação com os gestores é prejudicada por causa de posturas radicais.
As declarações da promotora tiveram grande repercussão em blogs e redes sociais e alimentaram discussões entre pessoas favoráveis e contrárias aos argumentos apresentados por ela. Por isso, o Diário do Noroeste procurou o presidente do CMS para conversar sobre o assunto.
Na tarde de ontem, Adilson Francisco esteve na Redação do DN e defendeu os trabalhos desenvolvidos pela entidade que preside. “Não existem práticas políticas e classistas. Nunca houve nesta gestão”. Ao contrário, disse, os conselheiros atuam para “fazer com que a população seja atendida com respeito e dignamente”.
Ele garantiu que a distribuição das vagas dentro do Conselho Municipal de Saúde é feita conforme as diretrizes do Conselho Nacional de Saúde: 50% dos conselheiros são de entidades e movimentos que representam os usuários da rede pública; 25% trabalhadores do setor; e 25% do governo e dos prestadores de serviços privados, conveniados ou sem fins lucrativos.
E só para se ter uma ideia, entre os usuários estão quatro advogados, um contabilista, dois professores e um bancário aposentado. “São pessoas instruídas. Como enganar?”, questionou Francisco, referindo-se à suposta manipulação apontada no discurso feito durante a abertura da Conferência Municipal de Saúde.
De qualquer forma, enfatizou o presidente do CMS, não há exigências de que os usuários tenham conhecimentos técnicos em saúde. “São pessoas que utilizam o sistema público de saúde, por isso, têm conhecimento prático”. Além disso, a entidade tem a participação de profissionais que formam o grupo técnico e de representantes governamentais.
RELAÇÃO COM GESTORES – Francisco afirmou que está à frente da entidade desde 5 de outubro de 2011. De lá para cá, garantiu, não houve participação do Ministério Público nas reuniões de conselheiros. Seria, portanto, infundado o questionamento sobre o relacionamento com os gestores ser comprometido por radicalismo dos conselheiros.
O presidente informou que o calendário de encontros é amplamente divulgado nos veículos de imprensa e entre as entidades e instituições ligadas à saúde pública, por isso, é possível programar a participação nas reuniões.
Além disso, Francisco enfatizou o fato de que todos os encontros do Conselho Municipal de Saúde são devidamente registrados em atas. Os documentos são públicos e podem ser lidos por todos os cidadãos. “Sempre estivemos à disposição do Ministério Público e dos gestores para prestar esclarecimentos, mas nunca fomos procurados”, concluiu.