Presidente do Flamengo rebate ataques de cartolas de Palmeiras e Flu
SÃO PAULO – O presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello rebateu as declarações dos mandatários de Palmeiras e Fluminense, ontem. Além de negar influência externa na decisão da arbitragem ao anular o segundo gol tricolor no clássico carioca, o cartola rubro-negro listou uma série de oportunidades em que seu clube teria sido prejudicado no Campeonato Brasileiro e deixou um recado aos presidentes rivais.
“Estou achando muito estranho tudo isso. Primeiro, não sei o que ele [Paulo Nobre] tem a ver com a partida [entre Flamengo e Fluminense] de ontem. O que mancha a credibilidade do campeonato é a expulsão do Márcio Araújo contra o Palmeiras, encharcar a pequena área para atrapalhar nosso goleiro. Isso é escandaloso”, acusou Bandeira de Mello em entrevista à ESPN Brasil.
“Não gostaria que o Flamengo fosse prejudicado de maneira absurda contra o São Paulo no primeiro turno, na partida contra o Palmeiras, no último jogo contra o Santos, contra o Corinthians, quando massacraram nosso jogador e nem falta marcaram. Gostaria muito que eles [presidentes rivais] tivessem vergonha na cara. Gostaria muito que as pessoas fossem mais explícitas na hora de acusar alguma coisa. Quem é que não tem vergonha na cara?”, atacou.
Sobre uma possível ajuda externa ao trio de arbitragem do Fla-Flu, Bandeira de Mello negou. “Teve ajuda interna, do bandeirinha, tido como um dos melhores do futebol brasileiro. A ajuda que ele [árbitro] teve foi essa, não pode ter tido ajuda melhor. Se aconteceu alguma coisa depois, se o quarto árbitro participou também, eu não posso dizer. Vi muito bem que após a falta, quatro jogadores estavam impedidos, um deles cabeceou para o gol e, antes da bola entrar, o bandeirinha já tinha assinalado”, disse.
“Minha opinião eu já dei. Houve um lance claro de impedimento, o bandeirinha deu na hora. Depois, por alguma razão, o juiz foi contra a opinião do bandeira, mas, depois de algum tempo, voltou atrás e acertou no lance. Não consigo entender tanta confusão em cima disso aí”, completou o mandatário rubro-negro.
PALMEIRAS – Presidente do Palmeiras, Paulo Nobre falou ontem sobre a confusão envolvendo a decisão da arbitragem no clássico entre Fluminense e Flamengo, que terminou com vitória do clube rubro-negro por 2 a 1. O dirigente admitiu a posição de impedimento no gol anulado da equipe tricolor, mas criticou a forma com que o árbitro Sandro Meira Ricci foi pressionado para voltar atrás na validação do tento.
“O Palmeiras, desde o primeiro dia, se esforça muito para conquistar todos os resultados dentro de campo. Ninguém vai levar [o título do Campeonato Brasileiro] na mão grande. Se tiverem competência, meus parabéns, mas esse tipo de pressão não pode acontecer”, disse Nobre, em referência direta ao Flamengo, vice-líder do Nacional com apenas um ponto a menos que a equipe alviverde.
“O Palmeiras é o único com 12 conquistas nacionais dentro de campo. Foi o primeiro a cair para a segunda divisão e voltar dentro de campo. Ontem, era um árbitro de calibre que estava apitando o jogo, experiente, um dos melhores que temos. Claro que o lance estava impedido, ninguém discute isso. Mas o auxiliar anula o gol, depois eles conversam e o Ricci valida o lance. Na sequência, ficam 13 minutos em uma ‘reunião de condomínio’ para voltar atrás. Era uma coisa para se resolver em 30 segundos. É brincadeira isso?”, criticou.
“Não vamos admitir esse tipo de coisa. Infelizmente, estão usando dois pesos e duas medidas. O Palmeiras foi prejudicado em seis ou sete partidas no começo da competição, mas sabemos que não existe árbitro mal-intencionado, existem erros que acontecem com todo mundo”, declarou.
O dirigente também comentou as críticas ao América-MG, que vendeu o mando do jogo contra o Palmeiras para Londrina (PR), local em que a torcida palmeirense é muito mais numerosa que a da equipe de Belo Horizonte.
“E a pressão que fizeram sobre o América-MG por ter vendido o jogo? O América-MG tem o direito de fazer isso. Mas quem está criticando também se esquece que o Santos também vendeu o jogo para uma praça só com flamenguistas na partida contra o próprio Flamengo. Temos que ter a mesma regra para todo mundo”, disse.