Presidente do Sport diz que pagou lobista para Leomar ir à seleção
"O que acontecia na época é a mesma coisa que acontece hoje. Fizemos um lobby para que o Leomar, nosso jogador, fosse convocado", disse Bivar à Folha de S.Paulo, por telefone.
O volante participou como capitão da Copa das Confederações de 2001, em que o Brasil ficou em quarto lugar. Leão foi demitido após aquele torneio pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e substituído por Luiz Felipe Scolari. Bivar negou-se a dar mais detalhes sobre o trabalho ou mesmo quem era o tal lobista.
"Isso seria exumar um cadáver de 12, 13 anos atrás. Nós fizemos um lobby, se deu certo ou não, não sei", disse. "Os empresários todos são lobistas, tentam empurrar os jogadores deles para os times grandes, para a seleção, sempre foi assim, ainda é assim".
OUTRO LADO – Emerson Leão reagiu com indignação às afirmações de Bivar. "Ele tem que provar, mostrar as provas. Ele falou quanto pagou? Para quem pagou? Pois é. Isso é conversa mole. Nunca ninguém pediu nada, nem a mim, nem ao Antonio Lopes, que na época era o coordenador de seleções. Não havia como nos influenciar".
Antonio Lopes diz que daria soco em "petulante"
Antonio Lopes, coordenador técnico da seleção brasileira em 2001, rebateu as afirmações do presidente do Sport, Luciano Bivar, que disse ter pagado um lobista para "empurrar Leomar à seleção brasileira".
"Ninguém teria a petulância de aparecer para mim ou Leão [técnico da seleção na época] e propor uma coisa dessas", disse Lopes, por telefone. "Quem viesse propor alguma indignidade levaria um soco nos cornos, ou seria preso tranquilamente".
Lopes disse ainda que Bivar "deveria dizer logo a quem deu dinheiro".
"Ele tem que falar. Como é que ele lança uma coisa dessas e não dá os detalhes? Tem que falar".
Depois da demissão de Leão, em 2001, Lopes continuou no cargo de coordenador. Ele foi campeão do mundo em 2002, com Luiz Felipe Scolari como treinador da seleção brasileira.