Presidente fala sobre as expectativas para o setor durante a safra 2013
1 – Como o setor sucroalcooleiro tem se comportado com o aumento de 20% para 25% da adição de etanol na gasolina?
O aumento está previsto, porém o Setor já demonstrou ao governo que tem estoque hoje, e podemos assegurar o abastecimento do etanol Anidro para o próximo ano mesmo com aumento da mistura.
2 – Com o aumento da gasolina o etanol volta ser competitivo nas bombas de combustíveis?
Em alguns Estados, pois existem diferentes alíquotas de tributos estaduais, o que faz que em alguns Estados ainda não permita a vantagem.
3 – A carga tributária do etanol tem um peso para o bolso do consumidor, qual é a tributação no Paraná?
A carga tributária é bastante grande. No Paraná na bomba em torno de 38%.
4 – As diferenças tributárias entre os estados têm sido uma barreira para a competitividade do etanol em todo o território brasileiro?
Sim, pois em alguns Estados, eleva ainda mais o preço ao consumidor. O secretário Hauly tem trabalhado junto ao governo federal para que possamos em um horizonte de 10 anos nivelar gradativamente esse tributo no País.
5 – O governo federal deve anunciar no próximo mês um pacotão de incentivos para o setor, qual a expectativa da Alcopar?
Nós através do Fórum Nacional Sucroenergético (entidade que congrega todos os Sindicatos e Associações do Setor no Brasil), apresentamos sugestões e esperamos que sejam implementadas.
6 – Continuamos a importar etanol dos Estados Unidos? Qual o preço dessas importações para o mercado brasileiro?
Em verdade existe uma troca, pois exportamos etanol para os EUA, que é reconhecido por eles como um etanol superior, resultando ainda um prêmio ao etanol brasileiro nessa troca.
7 – Com o início da safra 2013/2014 quais as expectativas do setor? Teremos uma redução do etanol na bomba?
Na última safra o Centro Sul moeu 532 milhões de toneladas de cana, a estimativa para a próxima é de 590 milhões, ou seja 11% maior, com uma projeção de aumento de produção de etanol de 17%. Acreditamos que os preços permaneçam ao mesmo nível do último ano.
8 – O sr. esteve recentemente na Inglaterra tratando do setor, como está o processo de transformação do etanol em commodity?
Hoje o maior produtor mundial de etanol é o EUA. Historicamente os produtos que se transformaram em commodity, partiram sempre por iniciativa do maior produtor. Existe um trabalho forte nesse sentido, que deve se refletir nos próximos anos. É necessário segurança na produção e estoques para que isso ocorra.
9 – Os custos de produção do etanol a partir da cana-de-açúcar ainda é uma vantagem em relação ao etanol derivado de outras culturas?
O etanol da cana sempre terá uma competitividade frente aos demais em função de que os outros necessitam de queima de energia para serem produzidos, (ex. o etanol de milho necessita diesel para funcionamento dos geradores que movem as indústrias). A cana utiliza o próprio bagaço para o mesmo. O que está ocorrendo é que os outros países estão investindo fortemente em produtividade principalmente com OGM (Organismos Geneticamente Modificados). No Brasil ainda se tem restrições.
10 – O governo federal vê no setor uma alternativa para segurar a inflação com aumento da mistura do etanol na gasolina. Como o setor tem se comportado com a medida. E temos etanol para atender a demanda durante os 12 meses do ano?
Já demonstramos essa segurança ao governo, hoje vemos maturidade no setor com relação ao compromisso de abastecimento nos 12 meses. O aumento da mistura trará à Petrobras uma grande economia, pela redução de importação de gasolina.
11 – A falta de uma política de médio e longo prazo para etanol tem feito o mercado oscilar, qual seria a solução para regular o setor e tornar o etanol competitivo novamente?
Já foi demonstrado ao governo o gradativo agravamento do setor desde a crise econômica 2008/2009. Um dos pontos que buscamos é exatamente um plano de médio e longo prazo para o setor, o quanto de etanol e quais os porcentuais de participação que deseja. Naturalmente a exemplo de que ocorreu em demais setores, necessitamos de redução de alíquotas que incidem em toda a cadeia de produção do etanol. Financiamentos permanentes, com juros adequados à realidade atual. São premissas básicas para que o setor volte a investir. Sabemos também da nossa tarefa de recuperar a produtividade na lavoura, para tanto estamos solicitando apoio da Embrapa, para pesquisa, em áreas com mecanização, não queima, e até geneticamente modificada, sempre com muita segurança ao consumidor.