Presidente recua e promete reenviar policiais a jogos para partidas no país

SÃO PAULO (Folhapress) – Após causar uma crise no futebol do Uruguai, o presidente do país, José Mujica, voltou atrás ontem e disse que seu governo está comprometido a enviar policiais para partidas de futebol no país.
Cinco dias antes ele havia proibido a presença de policiais nos estádios dos dois maiores times uruguaios, Peñarol e Nacional, em jogos do campeonato local após atos de violência protagonizados por torcedores.
Por conta da medida, a partida entre o Nacional e o Miramar Misiones, domingo, foi cancelada porque os jogadores alegaram falta de garantias de segurança.
Outro efeito foi a saída do presidente da AUF (Associação Uruguaia de Futebol), Sebastián Bauzá, e outros quatro dirigentes da entidade.
Ontem, Mujica afirmou que não poderia esperar que os clubes contratassem segurança privada para os jogos. "Eu não poderia pedir aos presidentes de clubes para comandar um exército privado", disse o presidente, segundo o jornal "El Pais".
Mujica mudou de opinião ao se reunir com representantes de clubes e do sindicato de jogadores em Montevidéu, anteontem.
"Houve dois comentários de Mujica que me deixaram satisfeito. Ele disse que proporcionar segurança era responsabilidade do Estado e que a nossa era executar o futebol", disse José Luis Palma, presidente do Liverpool, da primeira divisão do Uruguai.
A decisão de Mujica de proibir o policiamento dentro dos estádios de Nacional e Peñarol foi tomada após torcedores do Nacional terem enfrentando a polícia na partida contra o Newell’s Old Boys pela Libertadores, na semana passada. No confronto, 28 policiais ficaram feridos e 40 pessoas foram presas.
Mujica queria pressionar os dirigentes dos clubes e da federação a identificarem os torcedores que participaram da briga e conter a violência nos estádios.
A imprensa uruguai havia relatado temor de que a Fifa poderia suspender a federação uruguaia devido à intervenção do governo em assuntos de futebol do país e, assim, retirar o Uruguai da Copa do Mundo.
Novo cartola
Após a renúncia de Bauzá, a AUF já tem um novo presidente. Os clubes da primeira divisão o país escolheram Óscar Curutchet, 37. A decisão será oficializada em uma assembleia geral.
Curutchet terá a companhia de quatro diretores das outras equipes. O cartola disse que seus desafios são cuidar da segurança, da saúde financeira da equipe e organizar uma boa preparação do Uruguai para o Mundial.