Pressionado, Feliciano diz estar se “sentindo livre para trabalhar”

BRASÍLIA – Pressionado a deixar o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) disse ontem que está se "sentindo livre para trabalhar".
Há mais de 20 dias o deputado é alvo de protestos que o acusam de racismo e homofobia e cobram sua saída do cargo. Ele nega as acusações e sustenta que vai permanecer no posto.
Feliciano afirmou que vai conduzir normalmente os trabalhos da comissão hoje. Ele trabalha para aprovar autorização para sua viagem à Bolívia na próxima semana.
A estratégia seria evitar a reunião de líderes da Casa que pretende discutir sua situação. Oficialmente, ele iria ao país vizinho para averiguar a situação de 12 corintianos presos há mais de um mês em Oruro.
"Estou me sentindo livre para trabalhar. Temos muita coisa para fazer nessa semana como deliberar minha ida à Bolívia", disse.
Feliciano negou que enfrenta uma crise interna no PSC por ter dito que a comissão era dominada por Satanás antes de sua chegada. A vice-presidente da comissão e correligionária Antônia Lúcia (PSC-AC) cogitou deixar o cargo, mas recuou. "Não vi crise nenhuma. Conversei com ela e está tudo normal".
Feliciano voltou a dizer que não fez referência específica a nenhum integrante da comissão e que a expressão Satanás se refere a adversário.

Assessor de Feliciano diz que destino de
crianças adotadas por gays é o estupro

Em mensagem publicada anteontem e reproduzida no perfil do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na rede social Twitter, um assessor do deputado afirma que o destino de crianças adotadas por gays é o estupro.
Na mensagem postada na conta de Roberto Marinho, que está registrado como funcionário do gabinete do deputado, o assessor chama a atenção do pastor para uma reportagem da TVB, afiliada da Record na região de Campinas, sobre um caso de uma criança que teria sofrido abusos de um casal gay.
"Olha isso @marcofeliciano, esse será o destino de crianças adotadas por gays. Casal gay estuprava filho adotivo".
O pastor reproduziu a mensagem aos seus mais 160 mil seguidores, sem emitir comentário sobre o conteúdo.
Procurada, a assessoria de Feliciano disse que o Twitter é particular do assessor e que não comentaria a mensagem.