Presos tentaram fugir da cela modular
ADÃO RIBEIRO
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Um grupo de presos que dividem a chamada cela modular (espécie de container) da Cadeia Pública de Paranavaí, tentou fuga na madrugada de anteontem. Os detentos inovaram, pois usaram uma cama para forçar a porta.
Conforme informações obtidas pela reportagem do Diário do Noroeste com as equipes que trabalham na segurança e vigilância da cadeia, por volta de uma hora da madrugada os agentes penitenciários ouviram um estrondo e foram checar, e conseguiram frustrar a fuga. Naquele momento 21 presos dividiam a cela modular.
Ainda conforme as informações do setor de segurança, os presos pegaram a cama e amarraram em uma manta, fazendo uma espécie de pêndulo. Com isso, faziam movimentos de vai e vem, pressionando a porta.
SUPERLOTAÇÃO – A cadeia de Paranavaí tinha ontem 300 presos. Uma superlotação persistente nos últimos anos. O espaço é projetado para apenas 96 pessoas (número de camas). Com tanta gente, há um ambiente de tensão permanente, que aumenta em alguns momentos.
As fugas são comuns nas cadeias da região. Neste ano houve fuga em Alto Paraná, Cidade Gaúcha e Paranacity, a mais recente, nesta semana. Sem contar outras tentativas em diversas unidades.
A última constatada em Paranavaí aconteceu em novembro de 2017, quando cinco presos conseguiram a liberdade. Sem contar que as equipes têm conseguindo frustrar sucessivas tentativas de fuga da unidade.
Embora o total de 300 presos seja uma dura realidade, não é a maior lotação. Em julho do ano passado a cadeia chegou a ter
323 presos dividindo o espaço, sendo 26 mulheres.
DEBATE – Há mais de dez anos o tema “cadeia pública” está no centro dos debates sempre que há uma crise no setor. Autoridades e de segurança e outras lideranças da cidade defendem a construção de um presídio e desativação da estrutura atual.
Dentre os argumentos, o fato de que a unidade prisional de Paranavaí está praticamente no centro da cidade e em bairro com grande número de residências.
Outra questão é que os presos vivem em condições precárias, dificultando qualquer atividade indicada durante o cumprimento da pena.
Quem é contra a vinda do presídio teme o aumento da violência por conta da periculosidade dos novos detentos. Sem contar que as famílias acabam se mudando para a cidade com objetivo de ficar mais perto do parente que cumpre pena. Isso gera um aumento na necessidade de alguns serviços públicos, incluindo saúde e educação, argumentam.
No momento não há perspectivas de construção de nova cadeia em curto espaço de tempo.