Primeiro dia de paralisação dos mandiocultores não teve incidentes
O primeiro dia de paralisação da colheita de mandioca, definida pelos agricultores através da Aproman – Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná – não teve incidentes na região de Paranavaí. Os mandiocultores protestam contra o preço da raiz, segundo a categoria, abaixo do custo de produção.
A orientação é que os produtores deixem de colher até que haja melhorias no preço e na política pública voltada ao setor. Com isso, quem resolver colher, promete a organização, será barrado na estrada, impedido de chegar até as indústrias. Barreiras foram montadas em diversos locais de acesso a fecularias.
Pelos registros feitos pelo movimento na área de Paranavaí, foram interceptados dois caminhões carregados de mandioca em Santa Cruz de Monte Castelo e um em Amaporã. Entre Paranavaí e Planaltina foram montados três bloqueios, sendo um deles perto do Distrito de Graciosa.
Os produtores dizem que há alto índice de adesão – falam em 90%. Mas, admitem que existem mandiocultores mantendo as colheitas normais. Esses poderão ser bloqueados na estrada.
Nas redes sociais adeptos do movimento atualizam informações regionais. Dizem que algumas fecularias têm se reunido com os produtores. Também reclamam que há produtores “furando a greve”, buscando estradas alternativas para a entrega de mandioca.
REPERCUSSÃO NA INDÚSTRIA – O primeiro dia de protesto não repercutiu fortemente na indústria de fécula. Industrial paranavaiense, Ivo Pierin Júnior diz que a transformação da matéria-prima é tradicionalmente pequena na segunda-feira, já que o dia é dedicado para atividades internas, tais como a manutenção.
O industrial João Eduardo Pasquini, de Nova Esperança, informa que a empresa trabalhou normalmente ontem, recebendo cargas de mandioca de fornecedores usuais da empresa.
Ele também vê com naturalidade o movimento, mas adverte que não pode haver bloqueio no acesso à indústria para quem prefere entregar a safra para transformação.
Pasquini lembra que muitos produtores têm compromissos a pagar, além de datas para devolver terras arrendadas. Ainda a indústria tem demandas fixas, tais como contratação de energia elétrica, funcionários e contratos de entrega a cumprir. Esses fatores devem ser levados em conta, adverte.
POLÍTICA – Presidente da Abam – Associação Brasileira dos Produtores e Amido de Mandioca – Pasquini prefere uma via negociada para aliviar a crise. Lembra que a interrupção apenas adia um problema, já que existe uma questão pontual de excesso de produto (mercado – oferta x demanda). A colheita ainda nem começou, aponta, lembrando que o movimento é intenso de maio a agosto.
Ele aproveitou para informar que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, acenou com melhorias, já garantindo R$ 50 milhões para a chamada Aquisição do Governo Federal (AGF).
Conforme o presidente, hoje há cerca de 30 mil toneladas de fécula em estoque. A proposta governamental é de compra de 20 mil toneladas de fécula e 20 mil toneladas de farinha.
Neste aspecto, avalia, também é ruim a paralisação. “O governo não compra mandioca. Por isso, a matéria-prima precisa ser transformada”. Ele pede que as decisões sejam buscadas em conjunto.
Pasquini aponta o que considera outro efeito negativo da paralisação. Segundo ele, as negociações para exportar 20 mil toneladas de fécula foram suspensas. Isso porque há indefinição sobre a matéria-prima, o que inviabiliza assumir compromissos de entrega.
DIFERENÇAS – Mesmo com a disposição de negociar, sabe-se nos bastidores que o ânimo entre produtores e industriais se acirrou nos últimos dias. Debate é qual a responsabilidade de cada um na instalação da crise.
Alguns empresários estariam descontentes com o tom da convocação dos agricultores, atribuindo aos industriais uma parte dessa responsabilidade. O argumento é que pagam menos do que poderiam pelo produto.
Por outro lado, a indústria de transformação também aponta alguns problemas por parte dos mandiocultores, principalmente excesso de plantio e falta de fidelidade na entrega da raiz, sobretudo, quando o preço estava alto. Em comum têm a certeza de que é preciso organizar o setor.
Os produtores dizem que a mandioca continua sendo comercializada a R$ 150,00 na região. O preço médio do Estado, apontado pelo Deral – Departamento de Economia Rural – está acima dos R$ 180,00. Os agricultores dizem que o custo de produção ultrapassa R$ 200,00. Já o preço mínimo garantido pelo Governo Federal é de R$ 178,00.
A orientação é que os produtores deixem de colher até que haja melhorias no preço e na política pública voltada ao setor. Com isso, quem resolver colher, promete a organização, será barrado na estrada, impedido de chegar até as indústrias. Barreiras foram montadas em diversos locais de acesso a fecularias.
Pelos registros feitos pelo movimento na área de Paranavaí, foram interceptados dois caminhões carregados de mandioca em Santa Cruz de Monte Castelo e um em Amaporã. Entre Paranavaí e Planaltina foram montados três bloqueios, sendo um deles perto do Distrito de Graciosa.
Os produtores dizem que há alto índice de adesão – falam em 90%. Mas, admitem que existem mandiocultores mantendo as colheitas normais. Esses poderão ser bloqueados na estrada.
Nas redes sociais adeptos do movimento atualizam informações regionais. Dizem que algumas fecularias têm se reunido com os produtores. Também reclamam que há produtores “furando a greve”, buscando estradas alternativas para a entrega de mandioca.
REPERCUSSÃO NA INDÚSTRIA – O primeiro dia de protesto não repercutiu fortemente na indústria de fécula. Industrial paranavaiense, Ivo Pierin Júnior diz que a transformação da matéria-prima é tradicionalmente pequena na segunda-feira, já que o dia é dedicado para atividades internas, tais como a manutenção.
O industrial João Eduardo Pasquini, de Nova Esperança, informa que a empresa trabalhou normalmente ontem, recebendo cargas de mandioca de fornecedores usuais da empresa.
Ele também vê com naturalidade o movimento, mas adverte que não pode haver bloqueio no acesso à indústria para quem prefere entregar a safra para transformação.
Pasquini lembra que muitos produtores têm compromissos a pagar, além de datas para devolver terras arrendadas. Ainda a indústria tem demandas fixas, tais como contratação de energia elétrica, funcionários e contratos de entrega a cumprir. Esses fatores devem ser levados em conta, adverte.
POLÍTICA – Presidente da Abam – Associação Brasileira dos Produtores e Amido de Mandioca – Pasquini prefere uma via negociada para aliviar a crise. Lembra que a interrupção apenas adia um problema, já que existe uma questão pontual de excesso de produto (mercado – oferta x demanda). A colheita ainda nem começou, aponta, lembrando que o movimento é intenso de maio a agosto.
Ele aproveitou para informar que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, acenou com melhorias, já garantindo R$ 50 milhões para a chamada Aquisição do Governo Federal (AGF).
Conforme o presidente, hoje há cerca de 30 mil toneladas de fécula em estoque. A proposta governamental é de compra de 20 mil toneladas de fécula e 20 mil toneladas de farinha.
Neste aspecto, avalia, também é ruim a paralisação. “O governo não compra mandioca. Por isso, a matéria-prima precisa ser transformada”. Ele pede que as decisões sejam buscadas em conjunto.
Pasquini aponta o que considera outro efeito negativo da paralisação. Segundo ele, as negociações para exportar 20 mil toneladas de fécula foram suspensas. Isso porque há indefinição sobre a matéria-prima, o que inviabiliza assumir compromissos de entrega.
DIFERENÇAS – Mesmo com a disposição de negociar, sabe-se nos bastidores que o ânimo entre produtores e industriais se acirrou nos últimos dias. Debate é qual a responsabilidade de cada um na instalação da crise.
Alguns empresários estariam descontentes com o tom da convocação dos agricultores, atribuindo aos industriais uma parte dessa responsabilidade. O argumento é que pagam menos do que poderiam pelo produto.
Por outro lado, a indústria de transformação também aponta alguns problemas por parte dos mandiocultores, principalmente excesso de plantio e falta de fidelidade na entrega da raiz, sobretudo, quando o preço estava alto. Em comum têm a certeza de que é preciso organizar o setor.
Os produtores dizem que a mandioca continua sendo comercializada a R$ 150,00 na região. O preço médio do Estado, apontado pelo Deral – Departamento de Economia Rural – está acima dos R$ 180,00. Os agricultores dizem que o custo de produção ultrapassa R$ 200,00. Já o preço mínimo garantido pelo Governo Federal é de R$ 178,00.