Produção de cana-de-açúcar é estimada em 646 milhões de toneladas
BRASÍLIA (ABR) – A produção de cana-de-açúcar deve chegar a 646,34 milhões de toneladas na safra 2017/2018, uma queda de 1,7% quando comparada à temporada anterior, que chegou a 657,18 milhões. A estimativa é do segundo levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado semana passadaa.
A área colhida também sofreu uma redução de 3,1%, passando de 9,05 milhões para 8,77 milhões de hectares. Segundo a Conab, a queda ocorreu em razão da desistência e devolução de áreas de fornecedores distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há dificuldade de mecanização.
Para o coordenador-geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Caldas, essa pequena redução de áreas não causa preocupação porque são locais onde não é possível fazer colheita mecanizada e que estão sendo abandonados.
Ele explica que a compensação é feita pelo aumento da produtividade e melhor uso da terra. Para isso, o governo vai disponibilizar este ano R$ 3 bilhões no Plano Safra para o Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova).
“Esse recurso é disponibilizado para o material que ainda é protegido, ou seja, espécies de cana-de-açúcar que têm melhor produtividade, mais qualidade e onde há muitas tecnologias”, disse, acrescentando que hoje existem em torno de 112 dessas espécies. “Teremos mais recursos e esperamos que haja o retorno da produtividade de cana-da-açúcar”.
O recuo na produção desta safra só não é maior devido ao aumento de 1,5% na produtividade, que deve passar dos 72,62 toneladas por hectare na safra passada para 73,73 toneladas por hectare na próxima colheita.
Neste levantamento, a Conab também divulgou o percentual de colheita mecanizada no país. A estimativa para esta safra é de que 90,2% da área de colheita adotem a tecnologia. Na Região Centro-Sul, o percentual é de 95,6%, enquanto que no Norte-Nordeste é de apenas 23,2%, devido à dificuldade de atuação mecânica em um relevo mais acidentado.