Produtor deve olhar além da porteira da propriedade, diz técnico da FAEP
O produtor rural deve participar mais da sociedade, de sua entidade de classe, fazer política classista e defender os seus interesses. A opinião foi manifestada na manhã desta quarta-feira, durante o Curso de Liderança Rural, pelo coordenador do Departamento Sindical da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), João Lázaro Pires e pelo presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e vice-presidente da FAEP, Ivo Pierin Júnior. “O produtor rural deve enxergar também da porteira para fora”, resumiu Pires.
Ele contou que quando acabou a contribuição sindical compulsória, a FAEP percebeu que precisava se reinventar e criar um programa de sustentabilidade. Daí nasceu oito estratégias para o fortalecimento do Sistema FAEP.
Dentre as estratégias a formação de novas lideranças é o carro chefe. “Liderança não é só o presidente do Sindicato ou da Federação. O curso veio para promover o surgimento de novas lideranças para eles atuarem na sociedade, na família, perceber a importância da representatividade do setor, fazer a política classista”, diz Pires, que também é assessor da Diretoria da FAEP.
PRODUTOR 5.0 – Para tanto, o curso buscou aproximar os produtores, promover a união da classe, tornando-os mais participativos. João Pires diz que este apelo que vem sendo feito pelo Federação está encontrando resposta positiva entre os produtores. “Estamos trabalhando na formação do que chamamos de Produtor 5.0, mais conectado e buscando se organizar em defesa de seus direitos”, anunciou.
Também presente no encontro desta quarta-feira, Pierin Júnior avaliou como “importante” a busca de um novo caminho do Sistema. “Havia uma certa acomodação tanto por parte do Sistema como dos produtores. Muitas vezes eram anunciados benefícios e os produtores achavam que era obra do acaso ou do governo sem se aperceber do grande trabalho que foi feito nos bastidores”, apontou o presidente do Sindicato.
Pierin diz que não se preocupa com a sobrevivência do Sindicato, mas do sistema como um todo. “Um sindicato ou associação que preste serviços e benefícios se mantém com facilidade. O que preocupa é manter o Sistema (Sindicato, Federação e Confederação Nacional da Agricultura – CNA) que faz um grande trabalho e nem sempre é valorizado”, explica.
Para Pierin, o produtor, envolvido com o trabalho do dia adia da produção acaba passando despercebido a necessidade de ter uma atuação conjunta, em defesa da classe e do que acontece ao seu redor. “Quem acaba tomando conhecimento são os que estão mais próximos do Sistema. E falhamos na nossa comunicação, embora estejamos atuando também nesta área, o que gerou certo desconhecimento. É isso que estamos retomando agora”, acentuou.