Programa busca modernizar a pecuária de corte para aumentar a produtividade

Um programa desenvolvido pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab) e suas vinculadas, e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) vem buscando modernizar a atividade da pecuária de corte no Estado.
Em Paranavaí está um dos comitês regionais do Plano Integrado de Desenvolvimento de Bovinocultura de Corte no Paraná – Pecuária Moderna, que na tarde desta quinta-feira (21) se reuniu no auditório do Iapar para tratar, desta vez, da gestão da atividade.
O Programa Pecuária Moderna começou a ser discutido em 2015 e, no começo do ano passado teve seu lançamento estadual em Paranavaí. “Nossa intenção é levar conhecimento a pecuaristas representativos para promover a melhoria do setor”, diz o veterinário José Antonio Azevedo Osório, da Emater.
Segundo ele, a intenção é apresentar alternativas aos produtores em questões de gestão, manejo, reprodução, alimentação, manejo de pastagens, entre outros.
Alguns pontos estão merecendo atenção especial no noroeste (microrregiões de Paranavaí, Maringá, Umuarama, Cianorte e parte da Campo Mourão). Um deles é a necessidade de melhorar a pastagem para aumentar a capacidade de lotação, hoje em torno de 1,5 cabeças por hectare.
“Só aí podemos melhorar muito, dobrando a capacidade de lotação. Para isso, precisamos fazer a recuperação, reforma, adubação, enfim melhorar o manejo das pastagens”, relata Azevedo Osório. “Temos que fazer isso de forma sustentável, já que o pecuarista não tem como fazer tudo de uma vez”, acrescenta.
Outra prioridade para a região (e para o Paraná) é a produção da chamada de carne nobre, de melhor qualidade. Neste quesito, diz o veterinário, é preciso reduzir o tempo para o abate e promover os cruzamentos principalmente com raças europeias. Ele diz que não é deixar de produzir o nelore, mas fazer os cruzamentos adequados para favorecer a precocidade no abate e melhorar a qualidade da carne.
“A média no Paraná é o gado ser abatido com 36 meses. Podemos reduzir isso para 24 meses. Esta é uma das metas do Pecuária Moderna. Para isso, uma boa alimentação é essencial. O que se gasta a mais com a alimentação é compensado com o giro rápido e a redução de outros custos, como por exemplo, a ocupação das pastagens”, informa o coordenador do programa na região.
REMUNERAÇÃO DIFERENCIADA – O Pecuária Moderna tem a expectativa de atingir suas metas em 10 anos, mas os resultados já começam a aparecer. Atualmente já estão cadastradas no Noroeste 18 propriedades como sendo de referência para o programa, sete delas na região de Paranavaí.
“Os produtores estão interessados em participar do programa, que não dá nenhum subsídio, mas dá informação e transfere tecnologia. Em recente Dia do Campo realizado no município de Ângulo, na região de Maringá, participaram cerca de 300 pecuaristas”, conta Azevedo.
O interesse dos pecuaristas é atraído também por outra razão econômica. É que além da redução dos custos de produção e aumento da produtividade, pelo menos quatro cooperativas na região estão remunerando melhor (entre 7% e 20%) o gado de carne nobre.
O veterinário adverte, no entanto, que a carne torna-se diferenciada não apenas pela idade do animal abatido, mas também pela qualidade da carcaça do animal, que deve ser bem acabado. O acabamento de gordura que reveste a carne é que vai determinar a maciez e o sabor.
Na avaliação do técnico da Emater, o manejo das pastagens, os cruzamentos com as raças adequadas, a comercialização com as cooperativas (que já falam em exportação), que remuneram melhor a carne nobre, e a produção em escala podem promover a melhoria e um salto no setor.
O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino comercial do planeta (em números absoluto é o segundo, perdendo para a Índia) e o Paraná, no ranking nacional é o nono colocado. “O Paraná está em busca da qualidade. Desde 1996 estão sendo realizados programas para melhorar o nosso plantel”, destaca o veterinário.

CADEIA PRODUTIVA

Na região de Paranavaí, o Programa Pecuária Moderna foi incrementado este ano. Até então, os debates reunião técnicos, representantes do Governo do Estado, de entidades classistas e de frigoríficos. “Mas nas últimas três reuniões já teve a presença dos pecuaristas. Com a presença maior dos produtores fechamos os elos da cadeia produtiva.
O Plano Integrado de Desenvolvimento de Bovinocultura de Corte no Paraná – Pecuária Moderna envolve todos os segmentos da cadeia produtiva: produtores rurais, assistência técnica, extensão rural, pesquisa, ensino e indústria. A autossuficiência na produção de bezerros, sanidade animal, como uma área livre de febre aftosa sem vacinação, a melhoria de índices zootécnicos e qualidade das pastagens, além de uma remuneração maior na atividade, fazem parte das propostas que contemplam o plano.
Produtores interessados em participar do programa devem entrar em contatos com os escritórios da Emater de Loanda (44-3425-3456) ou de Paranavaí (44-3421-3900).