Programa consolida o Paraná como maior produtor nacional de orgânicos
São 1.966 propriedades, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atrás apenas do Rio Grande do Sul.
O Paraná tem uma produção de 130 mil toneladas de alimentos por ano, segundo o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
O bom desempenho do Estado se deve, principalmente, ao Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCO), o único programa público no País a orientar e capacitar os produtores, auditar e certificar a produção de alimentos orgânicos.
O Programa envolve a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio das universidades estaduais; o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que é o órgão certificador.
Só nos últimos quatro anos, foram mais de 290 propriedades certificadas, em todas as regiões paranaenses. A iniciativa não favorece apenas o produtor que tem assistência técnica gratuita, mas também a população paranaense com acesso a alimentos mais saudáveis, produzidos sem agrotóxicos, hormônios ou transgênicos, levando em consideração o meio ambiente e a vida dos agricultores e seus familiares.
Em quatro anos, o Governo do Paraná já investiu no Programa R$ 5,5 milhões que, somados aos valores da fase 3 – que começou em 2016 e segue até 2018 -, totalizam R$ 8 milhões por meio do Fundo Paraná. Até o término da fase 3, a meta é certificar cerca de 1.040 produtores, ressaltando que a certificação é válida por um ano, tendo a necessidade de renová-las a cada encerramento.
O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, destacou a importância do programa para que o Paraná continue entre os estados com o maior número de produtores de orgânicos certificados.
“O programa registra excelentes resultados e contribui para a valorização da produção de orgânicos no estado, por isso estamos trabalhando para a continuidade”, afirma.
CAPACITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO
Os agricultores que pretendem passar da produção convencional para a orgânica são orientados por técnicos e estudantes das sete universidades estaduais paranaenses, que fazem acompanhamento técnico e a capacitação dos produtores.
Para que receba a certificação, a propriedade deve atender a uma série de normas, que inclui a troca de agrotóxicos e insumos químicos por técnicas agroecológicas, preservação dos ecossistemas, promoção do uso saudável do solo e da água e adotar critérios de comércio justo.
Na medida em que os profissionais estão interagindo com o produtor, o conhecimento tem chegado a ele e a sua família, e isso tem aumentado o nível de segurança do agricultor em mudar o modelo convencional pelo orgânico, mostrando que dá para ter produtividade, qualidade e mercado.
A certificação é auditada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que é responsável pela capacitação dos bolsistas que atuam no programa. Os alimentos orgânicos produzidos em propriedades rurais e certificados pelo Tecpar podem ser encontrados em três categorias: origem animal, vegetal e em processamento.
AGRICULTURA FAMILIAR
O professor Macedo destaca que o programa é voltado para as pequenas propriedades, fortalecendo o trabalho da agricultura familiar. O modelo de produção orgânico está adaptado à realidade da agricultura familiar, que é extremamente importante econômica e socialmente no País.
“Não queremos substituir o agronegócio, mas dentro do escopo da agricultura familiar ao lado do agronegócio é possível ter uma produção de orgânicos que traga mais renda, mais saúde e mais satisfação ao pequeno produtor”, afirma Macedo.
O Programa faz a certificação para agricultores familiares do Estado de forma gratuita, além de capacitar a comunidade acadêmica para atuação em serviços de extensão rural, formando mão de obra qualificada para o Estado e promovendo a inserção de produtos com o selo “Orgânico Brasil” no mercado.