PT do Paraná presente

Ayrton Baptista*

O Partido dos Trabalhadores ajudou administrativa e financeiramente o diretório do Paraná, através das nomeações de Paulo Bernardo, Gilberto Carvalho e Gleisi Hoffmann e da distribuição de cerca de 25 milhões de reais para candidatos do Partido entre 2010 e 2014.
É o que assinala reportagem do jornal “O Paraná”, de Cascavel. Para tanto, conforme investigações da Lava Jato, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto fez remessas de numerários para diversos líderes do PT no Estado.
O fato seria rotineiro para um partido que arrecada bem, não fosse a suposição de que o dinheiro foi obtido entre diversas empresas, principalmente construtoras, as mesmas que estão diariamente na mídia. Agora, o partido resolve não mais receber favores financeiros de empresas com atuação em todo o país.
É urgente, portanto, que se faça a tão decantada reforma política, que se defina se vai vigorar, um dia, o voto distrital, ou o voto de lista, se o financiamento poderá ser público ou não. Há certas questões no Brasil que ficam pendentes por falta de discussão por parte dos políticos e outras figuras capazes de opinar sobre os temas em debate.
Por enquanto, os partidos mais poderosos, sobremodo os que detém o poder, poderão continuar ditando normas e brindando seus correligionários em todo o país. Os parlamentares candidatos a reeleição são privilegiados diante de seus colegas pretendentes a um lugar ao sol. Ou são gabinetes maiores no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, ou são viagens “de visita ás bases” sem custo, ou maracutaias que se formam e nós não vemos porque não queremos ou estamos fartos com os escândalos que surgem nos diversos setores da atividade pública.
O Diretório Nacional do PT pode, como os de outros partidos, dirigir suas verbas para dirigentes e candidatos do partido pelos seus diretórios regionais. Mas é necessário que essa dinheirama seja limpa, não paire dúvida sobre a procedência. A contribuição individual pode parecer, e muitas vezes é, uma filiação ideológica que merece toda a consideração. Ultimamente, entretanto, o que temos visto em todas as mídias são as contribuições enganosas, fruto de comissões para que se escolha uma ou mais empresas de acordo com o interesse de alguns em detrimento de muitos.
Já manifestamos neste espaço a impressão de que o atual mandato presidencial será todo coberto por investigações em diversos órgãos. Que assim seja se os organismos próprios entenderem por bem. A expectativa generalizada é a de que podemos perder quatro ou mais anos, mais ainda teremos orgulho de nossos dirigentes e a confiança nos nossos partidos políticos.
Mãos à massa: reforma política para valer, fiscalização eficiente perante os organismos públicos e economia no número de auxiliares tanto da Presidência como dos Estados e de suas Prefeituras.

*Ayrton Baptista, jornalista