PT se divide na disputa pela vice-presidência da Casa

A disputa pela vaga de vice-presidente da Câmara para o ano de 2013 levou a bancada do PT ao racha. A escolha do indicado pode ir a voto. O partido deve assumir o posto de vice em acordo com o PMDB que pode comandar a Casa a partir de fevereiro do próximo ano. Os dois partidos têm as duas maiores bancadas da Casa e a princípio a prerrogativa de escolha das duas cadeiras. O regimento da Câmara, no entanto, não impede a candidatura avulsa para a presidência. "Estou em campanha. Sou candidato à vice-presidência", disse o deputado Paulo Teixeira (SP), ex-líder do PT. A declaração feita ontem por Teixeira ocorre horas depois de o secretário de comunicação do partido e deputado, André Vargas (PR), anunciar a candidatura para parte da bancada. O comunicado de Vargas foi feito anteontem em um jantar realizado para 39 deputados do partido. "Estou determinado a fazer essa discussão. Não vejo problema se for para voto", disse Vargas.  Paulo Teixeira aposta na aglutinação das correntes do partido que desde que a presidente Dilma Rousseff tomou posse, em 2011, vem tomando espaço no Congresso do grupo Construindo um Novo Brasil, do qual André Vargas faz parte. Na lista de conquistas do grupo de Teixeira está a presidência da Câmara, liderança do governo, liderança do PT e da principal comissão da Casa, Constituição e Justiça. Segundo alguns integrantes do PT, a disputa pela vice-presidência pode inclusive colocar em xeque o acordo interno da indicação do próximo líder do PT na Casa. Inicialmente, estava decidido que o deputado José Guimarães (CE) assumiria o posto em 2013, no lugar de Jilmar Tatto (SP). No entendimento de alguns aliados de Teixeira, "se tiver guerra para a vice, zera o acordo e tudo deve ser rediscutido". Presidência – O atual cenário pela escolha do próximo presidente da Câmara também é de disputa. O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), está em campanha aberta pela vaga e a princípio conta com o apoio do PT. Como a votação para a escolha do presidente é secreta, alguns parlamentares não descartam que ocorram "traições" de última hora.  Um dos que vem trabalhando para isso é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que está em campanha nos bastidores e a espera de uma sinalização do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para oficializar a candidatura.  Para algumas pessoas próximas, Delgado tem dito que a campanha "é para valer" e que não se trata de um movimento para ser mantido na Mesa, onde ocupa atualmente a quarta-secretaria. "Não sou candidato à guardanapo", tem dito o socialista.  O termo guardanapo é uma referência dos parlamentares ao deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) que há quase uma década se mantém em um cargo da Mesa.  O plano B de Delgado, caso não receba sinal verde dos caciques do partido é a liderança do PSB em 2013.