PT se diz surpreendido com decisão da justiça que anula convenção de Padilha

SÃO PAULO – O comando da campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo reagiu ontem e disse que foi surpreendida pela decisão provisória da Justiça de São Paulo anulando a convenção estadual do PT que confirmou a candidatura.
O juiz Fernando Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, acolheu no sábado (5) pedido do deputado estadual Luiz Moura determinando sua reintegração aos quadros do PT e ainda anulou a convenção.
Ele teve os direitos partidários suspensos pelo PT no início de junho, quando veio a público sua suposta ligação com integrantes da facção criminosa PCC.
Em nota, o presidente do diretório da sigla em São Paulo e coordenador da campanha, Emidio de Souza, disse que o afastamento de Moura demonstra "sintonia" do PT com o que a população exige de um partido e representa um esforço pela ética.
"O PT-SP recebeu com surpresa a notícia da decisão de um juiz de primeira instância, que suspendeu liminarmente os efeitos da decisão unânime da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores de suspender o filiado Luiz Moura", disse o petista.
Desde o início do caso, o partido tenta isolar Moura para evitar desgastes à candidatura de Padilha.
"A sociedade brasileira exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. Em sintonia com esse sentimento, o PT empreenderá todos os esforços para fazer valer uma decisão soberana, democrática e pela ética na política", completou.
O comando da campanha do ex-ministro da Saúde ainda não foi notificado, mas afirma que recorrerá para tentar derrubar a liminar. O PT irá argumentar que a convenção não pode ser anulada pela Justiça comum, já que envolve registro de candidaturas, que seriam de competência da Justiça Eleitoral. A legenda vai justificar ainda que a suspensão ocorreu segundo norma do regimento interno, dando espaço para ser ouvido.