Quadrilha presa em operação no Rio fazia abortos desde 1972, diz polícia
RIO DE JANEIRO – Investigações apontam que a quadrilha presa ontem sob suspeita de praticar abortos no Rio agia, ao menos, desde 1972. Até ontem à tarde, 56 pessoas foram presas. Entre os detidos há três médicos – outros sete estão foragidos.
Ao todo, a Justiça expediu 75 mandados de prisão. Uma das médicas presas já havia sido denunciada em 2001. Na época, havia informações de que ela teria feito mais de 6 mil abortos.
"Os médicos que estão sendo presos hoje são açougueiros humanos. Eles matam como se estivesse matando bezerros", diz o Glaudiston Galeno, da Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio. Além de médicos, as investigações apontam que a quadrilha é composta por policiais civis e militares, advogados, um bombeiro e um militar do Exército.
Quatro policiais civis, dois PMs e um bombeiro também estão entre os presos. Os integrantes da quadrilha vão responder por corrupção passiva, prevaricação, exercício ilegal da medicina, associação para o tráfico de drogas, corrupção ativa e associação criminosa armada.
A operação policial acontece em diferentes pontos do Rio e nos Estados de São Paulo e Espírito Santo. Além de policiais civis, representantes da Corregedoria da PM e Exército participam da ação.
De acordo com os policiais da Corregedoria, os integrantes da quadrilha cobravam até R$ 7.500 por cada procedimento. Um dos chefes do esquema, segundo a polícia, seria o médico Aloísio Soares Guimarães, preso pela manhã.
CASOS RECENTES – No Rio, duas mulheres morreram recentemente após fazerem abortos em clínicas clandestinas.
Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27, foi dada como desaparecida no final de agosto após ter ido fazer um aborto em uma clínica clandestina na zona oeste do Rio. O corpo dela foi encontrado carbonizado em um carro, no bairro de Pedra de Guaratiba, zona oeste. Jandira estaria grávida de três meses.
Segundo depoimento do ex-marido de Jandira à polícia, Leandro Brito Reis, ela gostaria de abortar por medo de perder o emprego. Reis a acompanhou até uma rodoviária em Campo Grande, na zona oeste do Rio, local de ponto de encontro para que fosse encaminhada até a clínica.
Segundo Reis, Jandira entrou em um Gol branco, de quatro portas, que era conduzido por uma mulher de cabelos loiros. Após chegar à clínica de aborto, enviou uma mensagem de texto em que dizia "estou em pânico, mandaram desligar o celular. Ore por mim".
O ex-marido esperou Jandira retornar à rodoviária, conforme o combinado, mas ela não apareceu.
Dias depois, Elizângela Barbosa, 32, mãe de três filhos, morreu em Niterói (região metropolitana do Rio) ao tentar interromper a quarta gravidez. Com um tubo plástico no útero, seu corpo foi abandonado num hospital público.
Parte das duas quadrilhas foi presa.
Ao todo, a Justiça expediu 75 mandados de prisão. Uma das médicas presas já havia sido denunciada em 2001. Na época, havia informações de que ela teria feito mais de 6 mil abortos.
"Os médicos que estão sendo presos hoje são açougueiros humanos. Eles matam como se estivesse matando bezerros", diz o Glaudiston Galeno, da Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio. Além de médicos, as investigações apontam que a quadrilha é composta por policiais civis e militares, advogados, um bombeiro e um militar do Exército.
Quatro policiais civis, dois PMs e um bombeiro também estão entre os presos. Os integrantes da quadrilha vão responder por corrupção passiva, prevaricação, exercício ilegal da medicina, associação para o tráfico de drogas, corrupção ativa e associação criminosa armada.
A operação policial acontece em diferentes pontos do Rio e nos Estados de São Paulo e Espírito Santo. Além de policiais civis, representantes da Corregedoria da PM e Exército participam da ação.
De acordo com os policiais da Corregedoria, os integrantes da quadrilha cobravam até R$ 7.500 por cada procedimento. Um dos chefes do esquema, segundo a polícia, seria o médico Aloísio Soares Guimarães, preso pela manhã.
CASOS RECENTES – No Rio, duas mulheres morreram recentemente após fazerem abortos em clínicas clandestinas.
Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27, foi dada como desaparecida no final de agosto após ter ido fazer um aborto em uma clínica clandestina na zona oeste do Rio. O corpo dela foi encontrado carbonizado em um carro, no bairro de Pedra de Guaratiba, zona oeste. Jandira estaria grávida de três meses.
Segundo depoimento do ex-marido de Jandira à polícia, Leandro Brito Reis, ela gostaria de abortar por medo de perder o emprego. Reis a acompanhou até uma rodoviária em Campo Grande, na zona oeste do Rio, local de ponto de encontro para que fosse encaminhada até a clínica.
Segundo Reis, Jandira entrou em um Gol branco, de quatro portas, que era conduzido por uma mulher de cabelos loiros. Após chegar à clínica de aborto, enviou uma mensagem de texto em que dizia "estou em pânico, mandaram desligar o celular. Ore por mim".
O ex-marido esperou Jandira retornar à rodoviária, conforme o combinado, mas ela não apareceu.
Dias depois, Elizângela Barbosa, 32, mãe de três filhos, morreu em Niterói (região metropolitana do Rio) ao tentar interromper a quarta gravidez. Com um tubo plástico no útero, seu corpo foi abandonado num hospital público.
Parte das duas quadrilhas foi presa.